
Dezoito mil aparelhos para recepção de TV pirata apreendidos estão sendo transformados em microcomputadores por detentos do sistema prisional do Espírito Santo.
O projeto “Code for Change” (Código para a Mudança) é uma parceria entre a Receita Federal e a Secretaria da Justiça (Sejus), sendo uma iniciativa inédita no país.
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Servidores da Receita Federal foram responsáveis por capacitar dois internos da Penitenciária Estadual de Vila Velha 5 (PEVV5), no Complexo de Xuri, além de fornecer os aparelhos necessários, como monitores, mouses e teclados.
Aparelhos de TV pirata receberão sistemas educacionais
Segundo a analista responsável pela Receita Cidadã na Alfândega do Porto de Vitória, Alcéia Maria Silva Ribeiro, os aparelhos receberão sistemas educacionais após a conversão:
O trabalho visa à remoção do software desses receptores que possibilita o acesso ilegal aos satélites, garantindo que os aparelhos não possam mais ser utilizados para captura de sinal. Em seguida, os dispositivos são reconfigurados para funcionar como microcomputadores, por meio da instalação de um sistema operacional e de softwares educacionais gratuitos.
Cidades já receberam os aparelhos reconfigurados
Ainda de acordo com dados da Receita Federal, 12 mil aparelhos apreendidos já foram reconfigurados e doados para instituições em Apiacá, Muniz Freire e Bom Jesus do Norte, assim como para a Escola de Aprendizes-Marinheiros do Espírito Santo (Eames).
Outras entidades interessadas em participar do projeto podem entrar em contato com a Receita Federal.
De acordo com o secretário de Estado da Justiça, Rafael Pacheco, o projeto auxilia na ressocialização dos detentos, além de colaborar ativamente com a sociedade.
“Para os presos envolvidos, representa uma oportunidade de capacitação profissional e reinserção social, ao adquirir conhecimentos na área de tecnologia da informação. Para a sociedade, o projeto contribui com a inclusão digital e a educação, ao destinar os equipamentos reconfigurados para uso em escolas, bibliotecas e projetos sociais. Além disso, a iniciativa fortalece a sustentabilidade, ao promover o reaproveitamento de materiais que, de outra forma, seriam descartados”.
Além da mão de obra prisional para o projeto, a Sejus também será responsável pela descaracterização sustentável dos receptores.