
A diarista Andreia Cardoso de Jesus Santos, de 35 anos, suspeita de cometer furtos em série em casas de clientes, foi presa em flagrante no dia 12 de março deste ano, um dia após cometer mais um crime.
De acordo com a Polícia Civil, juntos, os crimes somam um prejuízo de aproximadamente R$ 500 mil.
O caso foi descoberto quando, no dia 11 de março, uma cliente registrou um boletim de ocorrência sobre um furto em sua casa, localizada em Itapuã, Vila Velha, após um trabalho da diarista.
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Segundo ela, a diarista chegou ao apartamento por volta de 8h, e começou o serviço em um dos quartos. Às 10h50, alegou que precisava ir embora, pois o filho estava passando mal.
Em seguida, a cliente teria encontrado sua bolsa em um local diferente do que havia deixado e, ao revistá-la, percebeu que diversas joias haviam sido levadas, causando um prejuízo de mais de R$ 20 mil.
Como os crimes eram cometidos
Segundo apuração da polícia, Andreia se cadastrava em plataformas que terceirizam o serviço de diarista. Os serviços eram contratados totalmente por meio da internet. No entanto, ela já havia sido banida de diversos sites, justamente por problemas com a polícia.
Para continuar a praticar os crimes, ela utilizava nomes diferentes. Para ir à casa da cliente em Itapuã, por exemplo, ela utilizou o nome “Daiana”.
De acordo com o chefe do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic), delegado Gabriel Monteiro, ao verificar o furto, a vítima entrou em contato com a empresa por onde havia contratado a então diarista.
A responsável pela empresa enviou uma foto da diarista Daiana, que deveria ter ido à casa. No entanto, a vítima afirmou que aquela não era a mulher que havia ido ao seu apartamento.
Ela entrou em contato com a empresa e a empresa pediu para informar as características dessa diarista, momento em que a própria dona da empresa informou: trata-se da Andreia, ela se passa por outras pessoas e dá o prejuízo. Já temos mais de 10 boletins contra ela, relatou o delegado.
Contra Andreia já há boletins de ocorrência por outros furtos com prejuízo de R$ 20 e R$ 120 mil cada, por exemplo. Segundo o delegado, outros crimes com valores tão altos quanto também são investigados.
Identidades falsas
Como havia sido banida de todas as plataformas que oferecem os serviços de diarista, a suspeita adotou um novo modus operandi, como explicou o delegado.
Quando conseguia um serviço, Andreia ia às casas das clientes e furtava, além de joias e cartões de crédito, os documentos de identidade das vítimas.
Com isso, ela realizava cadastros em sites de serviços se passando, na verdade, pelas clientes lesadas em outros furtos.
“Ela ficou ‘queimada’ em todas as empresas que prestam esse serviço e decidiu agir de uma nova forma. Qual era essa forma? Ela ia na casa das vítimas, pegava os cartões, tirava fotos, realizava compras e também pegava o documento de identidade. Com esse documento, ela simplesmente fazia o cadastro”, detalhou o delegado.
“Vou aparecer na TV?”, disse a diarista ao ser presa
Após o boletim de ocorrência registrado pela vítima de Vila Velha, os policiais conseguiram imagens de câmeras de videomonitoramento do prédio onde o crime aconteceu, e confirmaram se tratar de Andreia.
Além disso, a Polícia Civil também conseguiu identificar Daiana, a mulher que a suspeita fingiu ser no dia em que cometeu o crime.
Eles foram à casa de Daiana, que confirmou conhecer a suspeita, mas que não prestava serviços de diarista há seis meses. A mulher inclusive a indicou aos policiais onde a suspeita morava.
Ela foi presa em flagrante por furto qualificado e por identidade falsa. Ela confessou o crime e disse até para quem havia vendido as joias. Foi muito fria no momento da prisão, não se importou e ficou perguntando: ‘será que vou aparecer na televisão?'”, afirmou Monteiro.
O delegado relatou que o comprador das joias foi identificado e enviou o material furtado por um carro de aplicativo para ser devolvido na delegacia. Ele foi autuado em flagrante por receptação.
“Quando devolvemos as joias às vítimas, ela falou que um dos anéis não era dela. Isso aponta que a diarista cometia esses furtos com frequência e que ele, que é um comerciante irregular, comprava esse material. Isso aponta que há muito mais vítimas”, disse Monteiro.
Andreia segue presa preventivamente e, na avaliação do delegado, com as penas somadas, poderá receber pena que ultrapasse 20 anos de cadeia.