O diplomata espanhol Jesús Figón, que confessou ter assassinado a esposa em um apartamento em Jardim Camburi, Vitória, em maio deste ano, será julgado no Espírito Santo. De acordo com a agência de notícias EFE, a decisão é do juiz da Audiência Nacional espanhola, Eloy Velasco, que arquivou o pedido feito pela filha do suspeito, para que ele fosse julgado na Espanha.
Segundo a agência de notícias, em um auto Velasco lembra que a justiça brasileira já finalizou a investigação contra Figón – o inquérito foi conduzido pelo delegado Adroaldo Lopes, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM) – e as autuações foram enviadas para seu processo ao Poder Judiciário do Espírito Santo, o que exclui a jurisdição espanhola.
Em junho, Velasco pediu às autoridades brasileiras para ouvir o depoimento do diplomata espanhol. No entanto, segundo a EFE, a justiça capixaba negou sua permissão para ir à Espanha, fazendo o juiz arquivar o caso a pedido da Promotoria. Desta maneira, Figón será julgado no Espírito Santo.
Figón, de 64 anos, trabalhava como conselheiro de Interior da embaixada espanhola no Brasil quando matou sua mulher, Rosemary Justino Lopes, de 50 anos. O crime aconteceu no dia 12 de maio, no apartamento que do casal em Vitória.
O diplomata se apresentou na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Vitória, horas após o assassinato. Figón confessou ter matado a esposa a facadas, durante a madrugada, mas alegou ter agido em legítima defesa. Como na ocasião ele ainda gozava de imunidade diplomática, o depoimento prestado teve caráter informal e não foi documentado. Em seguida, o comissário foi liberado.
No entanto, o governo espanhol decidiu retirar a imunidade do diplomata e, com isso, Figón passou a responder pelo crime no Espírito Santo. A justiça capixaba, no entanto, não acatou o pedido de prisão ao espanhol, feito pela Polícia Civil, por considerar que Figón estava colaborando com as investigações e, portanto, não havia a necessidade dele ser preso.
O comissário espanhol trabalhava em Brasília, mas passava férias em Vitória. Rosemary, que era capixaba e esposa do diplomata, morava no apartamento onde aconteceu o crime. Figón e a mulher estavam juntos há 30 anos, quando se conheceram na Espanha, e tinham uma filha.