Praticamente 20% dos assassinatos registrados no Espírito Santo em 2023 foram os chamados “crimes por proximidade”. O Estado finalizou o ano passado com 978 homicídios e, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), 19% desses crimes, aproximadamente 185, foram de crime por proximidade.
Este tipo de crime acontece quando a vítima tem algum tipo de vínculo com o assassino, seja profissional, de amizade ou até mesmo afetivo e familiar. A tendência é que aconteça dentro de casa ou em confraternizações e encontros.
De acordo com o secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, coronel Alexandre Ramalho, este tipo de crime ainda é um desafio para as forças de segurança.
“É a mulher que mata o marido, o filho que mata o pai, é o amigo que durante um churrasco acaba exagerando na bebida ou na droga e acaba indo brigar matando seu companheiro que estava bebendo com ele. Ainda é um desafio enorme para nós o crime de proximidade”, exemplificou o secretário.
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Os números foram divulgados em coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (2), que contou com a participação do governador Renato Casagrande (PSB).
Segundo Casagrande, esse tipo de crime precisa ser acompanhado de perto, uma vez que o controle da polícia sobre essa forma de ocorrência é um desafio.
“Problemas de segurança pública são complexos, são sofisticados. Muitas pessoas perdem a vida em casos de crime de proximidade. É churrasco de família, churrasco de amigos, não há controle sobre essas situações porque há uma violência incutida na alma das pessoas que querem resolver no tapa, na arma”, disse o governador.
65% dos crimes motivados por tráfico de drogas
Ainda sobre os perfis de homicídios cometidos no Espírito Santo durante 2023, a Sesp informou que 65% foram motivados por tráfico de drogas, 56% ocorreram em praça pública e 66% tiveram características de execução.
Além disso, 53% dos crimes ocorreram em finais de semana, 79% deles cometidos por armas de fogo.
As vítimas foram majoritariamente do sexo masculino, com 93% dos mortos, 80% pretos e pardos e 51% das vítimas tinham entre 15 e 29 anos.
Os casos de homicídios de mulheres tiveram queda em relação a 2022, com 88 contra 96 no ano anterior. Os números de feminicídio, em que a vítima é morta especificamente por ser mulher, se mantiveram iguais nos dois anos: 35 ocorrências.
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