Polícia

Doleira com mandado de prisão em aberto tem casa assaltada, chama a polícia e acaba na cadeia

Patrícia Matalon foi denunciada na Operação Câmbio Desligo por lavagem de dinheiro e é amiga de Dario Messer, conhecido como "doleiro dos doleiros"

Foto: Reprodução
Conhecido como “doleiro dos doleiros”, Dario Messer é parceiro de Patrícia Matalon

A doleira Patrícia Matalon, denunciada na Operação Câmbio Desligo por lavagem de dinheiro, passou por maus bocados no último dia 25. Ela ficou quatro horas sendo alvo de assaltantes que entraram na mansão de sua família, na região da Vila Madalena, zona oeste de São Paulo. Os criminosos levaram dinheiro e joias.

Embora Patrícia tenha chamado a polícia, foi ela quem acabou presa devido a um mandado de prisão. Ela é acusada de ser uma parceria do “doleiro dos doleiros”, chamado Dario Messer. O homem foi preso em um apartamento de luxo esta semana, na região nobre dos Jardins, na capital paulista. Ele havia ficado mais de um ano foragido.

A Polícia Militar contou que os assaltantes tocaram a campainha da casa afirmando serem policiais civis. Eles teriam dito que efetuariam a prisão de Patrícia. Ela abriu a porta com um documento em mãos que debate o mandado de prisão, quando foi rendida. 

Eram quatro criminosos na ação. Dois entraram primeiro para render a doleira enquanto outros dois invadiram a residência para roubar. Quando a Polícia Militar chegou ao local, após a fuga dos criminosos, pensaram que Patrícia não estar mais lá. Entretanto, a acusada entregou seu documento de identidade (RG) quando foi solicitada e recebeu voz de prisão.

Patrícia Matalon foi levada para o 14º Distrito Policial e depois para a carceragem da Polícia Federal, na Lapa, Rio de Janeiro. A primeira vez que teve a prisão decretada pela Justiça foi em junho do ano passado. A doleira chegou a ficar foragida, foi detida, e na véspera de Natal conseguiu um Habeas Corpus. Se ela não quiser ficar presa, tem que apresentar um bem de R$ 10 milhões à Justiça como pagamento de multa em possível condenação.

O juiz federal Marcelo Bretas decretou a prisão da acusada mesmo após disponibilizar um imóvel, disse a defesa da acusada. Depois de pouco mais de 24 horas presa, a Justiça aceitou uma garantia: apartamento da família no bairro Jardim América, em São Paulo, avaliado em quase R$ 14 milhões.

“Uma interpretação equivocada do juiz de primeira instância fez com que minha cliente ficasse presa por mais de 24 horas na sede da Polícia Federal em São Paulo. Esse erro coroou o trabalho que já havia pedido desnecessariamente a prisão de minha cliente desde o início do processo”, afirmou o advogado Augusto de Arruda Botelho. Patricia está em liberdade e aguarda o julgamento em casa.

Há uma estimativa do Ministério Público Federal (MPF) de que a família de Patrícia movimentou quase R$ 100 milhões desde os anos 90. As atividades teriam sido transferidas para o Uruguai, quando a parceria com o “doleiro dos doleiros” começou.

Com informações do Portal R7!