O total de armas apreendidas no Espírito Santo aumentou nos primeiros quatro meses deste ano, em comparação ao mesmo período de 2020. Segundo informações da Polícia Civil, de janeiro a abril de 2021, foram apreendidas 1.432 armas, como pistolas, revólveres, rifles, carabinas, escopetas, espingardas, fuzis, garruchas, metralhadoras, entre outras. Isso corresponde a uma média de 12 armas apreendidas diariamente no Espírito Santo.
No ano passado, foram 1.130 armas desses tipos apreendidas nos quatro primeiros meses. O aumento do número de apreensões de um ano para o outro foi de 26,72%. Segundo a polícia, boa parte dessas armas retiradas de circulação corresponde a produtos ilegais.
Para o delegado Christian Waichert, da Delegacia Especializada de Armas e Munições (Desarme), o aumento no número de apreensões é resultado das operações policiais que têm sido realizadas do Espírito Santo.
“Essas apreensões se devem, principalmente, pelas operações policiais voltadas para tirar as armas de fogo de circulação. Temos uma preocupação muito grande com as armas ilegais circulando nas mãos dos criminosos”, afirmou.
As armas industriais possuem dispositivos que as permitem serem rastreáveis e, com isso, a polícia consegue identificar o fabricante. Nas últimas investigações, os policiais conseguiram descobrir quem abastece o armamento do tráfico de drogas no Espírito Santo.
“A nossa inteligência tem levantado e rastreado todas armas que entram no estado. Não podemos dar mais informações para não atrapalhar as investigações. Estamos trabalhando em conjunto com a Polícia Federal”, frisou o delegado.
A partir da identificação, a polícia consegue frear o abastecimento e, consequentemente, é esperada uma diminuição da violência. “Nós vamos conseguir evitar que novas armas entrem no estado pelo caminho que já é conhecido pelos criminosos”.
Fabricação caseira
Segundo o delegado, muitas vezes os criminosos produzem a arma em casa com canos e ferramentas simples. De janeiro a abril deste ano, foram 164 armas caseiras apreendidas, uma média de mais de uma por dia. De acordo com o Waichert, os armeiros estão espalhados pelas comunidades.
“São armas de fogo de péssima qualidade, que estão sendo fabricadas de qualquer forma, de qualquer jeito, sem nenhuma responsabilidade. Elas colocam em risco até a própria pessoa que está utilizando a arma”, destacou.
O departamento, criado há dois anos para investigar e identificar as armas ilegais no Espírito Santo, conta com serviço de inteligência da Polícia Civil e com apoio da população.
“A população pode ajudar e muito pelo Disque-Denúncia 181 ou pela própria delegacia, fornecendo informações de pessoas que estão fabricando ou vendendo essas armas”, finalizou.
*Com informações da repórter Nathalia Munhão, da TV Vitória/Record TV.
