Polícia

'É como se tivesse atropelado um cachorro', diz mãe de menino atropelado por viatura da PM

Ele chegou a perder a memória, mas agora se recupera em casa. A família reclama da falta de assistência da PM

Foto: TV Vitória

O garoto de 10 anos, que foi atropelado por uma viatura da Polícia Militar, na Serra, teve alta depois de duas semanas internado no Hospital Infantil de Vitória. Ele chegou a perder a memória, mas agora se recupera em casa. A família reclama da falta de assistência da PM.

Matheus Martins Pires teve alta nesta quinta-feira (11). Ele chegou a ficar vários dias sem reconhecer a própria mãe, a dona de casa Luciene Martins Pires. “Estou muito feliz. Só pedia a Deus para trazer meu filho de volta. É muito triste ver um filho naquela situação, sem nem te conhecer”, disse.

Nos dias em que o filho esteve internado, a mãe não conseguia nem se alimentar direito e teve medo de perder o filho. Matheus ainda não consegue se locomover sem a ajuda de familiares. Ele está tomando medicação para convulsões e teve vários dentes quebrados no acidente.

A recuperação é lenta. O menino está com um atestado para 15 dias, mas não sabe quando vai voltar a fazer o que mais gosta: estudar. “Estou doido pra voltar para a escola e brincar”, afirma o pequeno Matheus.

O acidente aconteceu em um local que fica a menos de 500 metros da casa do Matheus. Ele e o irmão seguiam pela rua cada um em lado, cada um em uma bicicleta. Segundo testemunhas, quando Matheus foi passar para o lado do irmão, ele foi atingido pela viatura. A família diz que o menino ficou cerca de 40 minutos aguardando atendimento.

Os policiais permaneceram no local. Segundo a mãe, não disseram que o menino havia sido atingido pela viatura. “Eu fui saber na UPA, pois vi eles conversando. Ainda perguntei ‘foi o policial que atropelou meu filho? porque nao falou comigo?’. Não iríamos brigar. Somos da paz. Minha tristeza maior foi porque eu tive que socorrer meu filho”, disse a mãe.

A região onde o acidente ocorreu é bem sinalizada. Um cruzamento com placas e um quebra molas. Após 13 dias depois do episódio, a família não faz questão de consertar a bicicleta envolvida no acidente, que ficou com a roda empenada. São lembranças que a família quer esquecer, mas que não vão passar rápido. O tratamento requer atenção. Matheus vai passar pela avaliação de um neurologista nos próximos dias.

A mãe reclama que a Polícia Militar não tem dado assistência ao menino. “Quem atropelou meu filho não veio e não está me ajudando em nada. Sinto como se tivesse atropelado um cachorro e ter deixado lá. É muito triste”, lamenta.

Por nota, a Polícia Militar informou que se acionada judicialmente, o Governo vai pagar o que for preciso.