Polícia

“É muito difícil passar por essa situação”, diz PM após injúria racial

O Cabo Rogério Machado foi alvo de ofensa proferida por um advogado durante uma abordagem no último sábado (02). Associação divulgou nota

Foto: Reprodução/Instagram @ascpmbmes

“É muito difícil passar por essa situação”. Esse foi o desabafo do cabo da Polícia Militar Rogério Machado, alvo de injúria racial por parte de um advogado durante uma abordagem ocorrida no sábado (02), em Vitória. O policial esteve nesta terça-feira (05) na sede administrativa da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia e Bombeiro Militar. 

Durante a abordagem policial, o advogado desembarcou do veículo com sinais claros de embriaguez, dificuldade de equilíbrio e fala arrastada. Ele fez o teste do bafômetro, que deu positivo para o consumo de álcool. Além disso, proferiu uma frase racista contra o policial. 

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Em um vídeo divulgado pela associação, o PM afirma que foi amparado por representantes da entidade logo que tomaram conhecimento do crime. De acordo com o profissional, ele é orientado pela equipe jurídica da associação sobre quais os próximos passos devem ser tomados junto à justiça. 

Ainda segundo Rogério, situações como esta podem servir de desestímulo para outros profissionais:

“É difícil passar por esse tipo de situação, a gente trabalhando, tentando fazer o bem para a sociedade. Eu não quero passar isso amanhã de novo, não quero passar semana que vem e não quero que nenhum outro companheiro meu passe também, porque eu sei das dificuldades que a gente passa na rua e está cada vez mais difícil trabalhar. Isso pode servir como desmotivação, mas eu não vou me desmotivar”, disse. 

No vídeo, aparece também o presidente da ASC, Jackson Eugênio Silote, acompanhado da equipe jurídica da associação. Ele lamenta o episódio ocorrido com Rogério e afirmou que o PM foi extremamente desrespeitado.  

O presidente também pediu aos internautas para valorizarem o trabalho dos policiais e bombeiros do Espírito Santo. 

“A ASC reforça a todo cidadão de bem do Estado do Espírito Santo a necessidade de valorizar e proteger estes homens e mulheres que protegem a população capixaba mesmo com o risco da própria vida”.

Assista ao vídeo:

Associação dos Cabos e Soldados emitiu nota 

A ASC divulgou nesta terça-feira (05), uma nota de repúdio sobre o caso de injúria racial, sofrida pelo Cabo Rogério Machado.

A nota, assinada pelo Cabo Eugênio, afirma que “é inaceitável que um policial que se dedica diariamente à proteção da sociedade tenha sido alvo desse crime bárbaro e covarde”. 

Além disso, a associação também afirmou que disponibilizaram uma equipe jurídica para dar o apoio necessário ao Cabo Rogério e sua família. “Para que o responsável seja responsabilizado cível e criminalmente pela justiça”.

“Não vamos tolerar esse tipo de ataque contra nossos militares e lutaremos de forma incansável para que o responsável seja responsabilizado criminalmente pela Justiça.
Informamos que nossa equipe jurídica segue atuante e acompanhará até o fim os desdobramentos do caso.
Mais uma vez, reiteramos nosso compromisso na luta contra o racismo e qualquer forma de discriminação”, descreve na nota. 

O advogado de 69 anos detido na noite de sábado (02), em Vitória, suspeito de dirigir sob efeito de álcool e praticar injúria racial contra um policial militar, foi suspenso, por 30 dias, das atividades na Ordem dos Advogados do Brasil no Espírito Santo (OAB-ES).

Ele chegou a preso em flagrante, mas foi liberado sem a necessidade de fiança durante audiência de custódia no domingo (4).

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Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão Produtora Web
Produtora Web
Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória