Em entrevista exclusiva à RecordTV, os pais de Willian Augusto da Silva, que sequestrou o ônibus da viação Galo Branco, na Ponte Rio-Niterói, na última segunda-feira (19), falaram sobre o comportamento do filho, dias antes do crime, e afirmaram que ele apresentava problemas psicológicos.
A mãe de Willian, Renata Silva, disse que o filho passou a noite na casa da mãe. Ela afirmou que reconheceu o filho ao ver as primeiras imagens do sequestro.
“Eu tive essa impressão. Ele estava com voz de depressão, de agonia, de socorro, aí eu não consegui dormir. Quando foi umas 5h da manhã, eu fui lanchar e liguei a televisão e vi o ônibus. Quando vi o ônibus, já meu deu aquele aperto no coração. Nós dois sentamos no sofá e, quando mostraram as costas (do sequestrador), eu falei “Naldo, é o nosso filho”, relatou.
Ao constatar que tratava-se do Willian, Renata decidiu ir até a delegacia. “Nós chegamos na delegacia às 6h da manhã. Não consegui ir até o meu filho pra conversar com ele”.
Questionada sobre os possíveis motivos de Willian, para sequestrar o coletivo, a mãe disse: “Ele disse pra mim que estava revoltado com o governo. Mas eu não sei o porquê”, disse Renata. “Ele achava que não ia mais conseguir emprego, que ele não teria oportunidades”, completou o pai de Willian, Rinaldo Silva.
Os pais disseram ainda que ele não apresentava sinais de agressividade “Ele nunca foi abusado. Era quetinho, na dele. Ele pediu água e comida para o refém, uma pessoa má não faz isso. Ele estava esperando alguém chegar pra ajudar. Eu tinha certeza que alguém ia ajudar meu filho”, relatou a mãe do sequestrador.
O pai de Willian disse ainda que o filho estava passando por graves problemas psicológicos. “Ele não era um sequestrador. Sequestrador não é assim. Ele estava com problemas. Depressão mesmo, profunda”, disse. Apesar dos problemas observados, os pais de Willian negaram que ele já tenha tentado tirar a própria vida. “Mãe, eu nunca vou me matar, pode ter certeza”, disse Renata. “Ele só dizia que não tinha medo de morrer”, completou o pai.
Os pais disseram ainda que já imaginavam que Willian seria morto pelos policiais. Renata relatou que estava a caminho do local do crime, quando recebeu a notícia da morte de Willian. “Se eu chegasse lá, meu filho hoje estaria vivo e alguém iria me ajudar com um tratamento para ele”, disse emocionada.