Polícia

"Ele disse que me mataria antes de ir embora", diz mulher que matou marido em Viana

O caso ocorreu no dia 4 de fevereiro, no bairro Marcílio de Noronha. Segundo Schaiany, Fabrício teria ido até a casa onde o casal vivia para pegar roupas e ir embora, após a separação

Schaiany conversou com a reportagem da TV Vitória

Reprodução/TV Vitória
Schaiany conversou com a reportagem da TV Vitória Reprodução/TV Vitória

A pensionista Schaiany Bandeira Cordeiro, de 35 anos, acusada de matar o marido Fabrício Lima Borges, em fevereiro, em Viana, falou sobre o crime e alegou que agiu por legítima defesa. Segundo ela, o companheiro teria dito que a mataria antes de sair de casa.

O caso ocorreu no dia 4 de fevereiro, no bairro Marcílio de Noronha. Segundo Schaiany, Fabrício teria ido até a casa onde o casal vivia para pegar roupas e ir embora, após a separação.

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A pensionista tinha uma arma em casa, que pertencia ao ex-marido, que morreu um ano antes dela iniciar o novo relacionamento com Fabrício.

De acordo com ela, Fabrício sabia da existência da arma e teria a procurado para matá-la antes de ir embora.

Antes de ele sair, eu já tinha tirado a arma de onde estava, porque ele sabia. Eu tinha colocado em outro cômodo, embaixo da casa, porque ele sabia onde ficava. E justamente ele subiu, disse que ia pegar a mochila para ir embora. Quando ele voltou, voltou perguntando da arma. Eu disse que não tinha pegado. Ele disse que não tinha problema, mas que antes de ir embora me matava. Aí ele foi na cozinha e pegou a faca. Foi nesse momento que eu atirei, afirmou.

Filha do casal teria testemunhado agressões

Durante o período em que estiveram juntos, Schaiany e Fabrício tiveram uma filha. Segundo a mulher, ela teria sido agredida pelo marido pouco antes de matá-lo e que a criança teria testemunhado todas as agressões.

Ainda de acordo com ela, a menina teria inclusive tentado impedir o pai de continuar batendo na mãe.

“Ela chegou a abraçar a perna dele e pedir para ele me soltar, ele empurrou ela e ela caiu no chão. Foi aí que eu falei que não queria mais, porque a minha filha estava presenciando isso”, relatou.

Relacionamento conturbado

De acordo com Schaiany, ela e Fabrício teriam começado a se relacionar pouco menos de um ano após a morte do ex-marido dela.

Fabrício teria começado a enviar mensagens a ela por meio das redes sociais. Apesar disso, pouco depois de oficializar o relacionamento, as agressões tiveram início.

“Toda vez ele falava que eu estava olhando para alguém, e aí foi a primeira agressão, ele me deu um soco na boca. Antes das agressões, ele xingava muito. Depois ele vinha e me batia. Ele agarrava meu pescoço, batia minha cabeça na parede”, disse.

MPES não reconhece legítima defesa

Apesar da versão de Schaiany, a Polícia Civil não reconheceu que ela tenha agido em legítima defesa, visão corroborada pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES).

Por conta disso, ela foi indiciada por homicídio simples, pois não foram encontradas evidências de qualificadoras para o crime. Schaiany passou 18 dias presa preventivamente, mas responderá ao processo em liberdade.

Ainda segundo o MPES, há evidências de que o casal vivia um relacionamento conturbado e que há indícios de violência doméstica.

Horácio do Carmo Oliveira, advogado de defesa da ré, afirma esperar que a Justiça reconheça a legítima defesa.

“Confiamos na Justiça para que ela reconheça a legítima defesa, porque foi legítima defesa. Eu não tenho dúvida”, afirma.

À época do crime, vizinhos de Schaiany confirmaram à polícia que ela vivia um relacionamento abusivo e que era agredida pelo marido.

*Com informações do repórter Caio Dias, da TV Vitória/Record