Polícia

Empresário investigado por fraude em Nova Venécia se entrega à Justiça

Vinicius Galvão Santana teve a prisão decretada durante a deflagração da Operação “Adsumus”, que apura possíveis fraudes em licitações no município

Foto: Divulgação / MPES
Operação “Adsumus” foi deflagrada para apurar possíveis fraudes em licitações em Nova Venécia

Um empresário investigado na Operação “Adsumus”, do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), foi preso na tarde desta segunda-feira (08). Vinicius Galvão Santana teve a prisão temporária decretada durante a deflagração da operação, na última sexta-feira (05), e se apresentou na Promotoria de Justiça de Nova Venécia, no noroeste do Estado, por volta das 16 horas.

De acordo com o MPES, outros mandados de prisão temporária expedidos para a Operação “Adsumus” serão cumpridos com a continuidade das investigações. A ação foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco-Norte), com o apoio do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar do MPES e da Polícia Militar, para a apuração de supostas fraudes em licitações no município de Nova Venécia, que teriam sido cometidas com a participação de agentes públicos e particulares.

Na ocasião, com o cumprimento dos cinco mandados de prisão temporária, foram presos a servidora da Prefeitura de Nova Venécia, Tatiany da Silva Pirola, e os empresários Leonardo Cremasco da Silva, Silvana de Fátima Meireles Santana, Fabio Salvador e Wagner Boechat de Azeredo. Também foram cumpridos 26 mandados de busca e apreensão nos municípios de Nova Venécia, São Gabriel da Palha e São Mateus.

A servidora e a empresária presas foram levadas para o Centro de Detenção Provisória de Colatina e os demais, para o Centro de Detenção Provisória de Linhares.

Os alvos das ações foram a sede da prefeitura e secretarias municipais de Nova Venécia, além de residências e empresas dos investigados. Foram apreendidos telefones celulares, documentos, computadores e mídias, que serão analisados pelos integrantes do Gaeco.

Investigação

A apuração teve início em 2014. Devido à complexidade dos fatos, o Gaeco incorporou e passou a utilizar técnicas especiais de investigação internacionalmente reconhecidas, o que permitiu a constatação de fortes indícios de um esquema criminoso para fraudar licitações no município de Nova Venécia.

De acordo com as investigações, uma servidora da prefeitura utilizaria o cargo para direcionar os certames e beneficiar empresas participantes do esquema. Segundo o MPES, foram observadas supostas irregularidades em concorrências iniciadas pela Secretaria de Obras, Infraestrutura e Transportes, em contratos de manutenção de veículos e de construção civil.

O nome da operação é uma palavra com origem no latim que significa “estamos presentes”. “Adsumus” é usada no sentido de demonstrar prontidão e de confirmar que se está atento aos acontecimentos e faz referência ao monitoramento pelo MPES do uso do dinheiro público por parte de Prefeitura de Nova Venécia.

Fiscalização

Após as enchentes que assolaram Nova Venécia em 2013, o Ministério Público reforçou a fiscalização em investimentos prioritários que o município deveria fazer, obedecendo ao Plano Plurianual, à Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei Orçamentária e Lei de Responsabilidade Fiscal. Em 2014, em razão dos gastos públicos para a recuperação dos danos causados pelas enchentes, o MPES recomendou que não fosse realizada a festa da cidade naquele ano.

Durante a fiscalização, chegaram ao MPES informações de supostas irregularidades na execução de obras públicas, o que alertou a Promotoria de Justiça de Nova Venécia quanto a possíveis ilegalidades nos procedimentos licitatórios.

A partir de 2014, segundo o MPES, foram recebidas mais informações das ilegalidades. De acordo com o Ministério Público, essas informações se consolidaram por meio de ações judiciais movidas por licitantes e por denúncias feitas à Ouvidoria do MPES.