O empresário, de 61 anos, preso após praticar os crimes de stalking e ameaçar a ex-companheira, de 38 anos, duvidava que seria descoberto pela Polícia Civil. Por meio de mensagens de texto, ele falava que o propósito era ferir a vítima e dizia: “Manda para a polícia, eu quero ver se eles irão impedir”.
Wilton Guerreiro de Holanda, 61 anos, foi preso na última sexta-feira (04), no bairro Lagoa Juara, na Serra, pela Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), com apoio da Delegacia de Defraudações (Defa).
Além do crime de stalking, durante as investigações, a Polícia Civil descobriu que Wilton tinha dois mandados de prisão em aberto, expedidos em 2017 e 2019, pelos crimes de roubo. Ele também já havia sido investigado pelo crime de estelionato.
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Durante a quarta-feira (09), a polícia informou que a vítima procurou a Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos. No boletim de ocorrência, contou que era perseguida, recebia mensagens com xingamentos, ameaças e teve até fotos íntimas vazadas.
Ela nos mandou um print de uma conversa, e ele foi enfático, falou que ela poderia procurar a polícia, mas não o acharia e que não ia fazer nada. A partir daí, a gente iniciou as investigações e constatamos que ele já havia sido investigado por estelionato pela Delegacia de Defraudações.
Em uma das conversas, o empresário diz que o propósito dele “furar peitos, riscar a cara, dar três facadas no pescoço e duas na barriga”.
Confira a conversa:
Empresário tentou se jogar da viatura
A Polícia Civil localizou Wilton na sexta-feira (04), no município da Serra. Ele foi algemado e não resistiu à prisão, mas, ao ser colocado na viatura, tentou se jogar do veículo e os policiais precisaram imobilizá-lo com algemas.
Durante a prisão, aparentava estar embriagado, não foi ouvido na delegacia e levado direto para o presídio. “Ele estava com sintomas de embriaguez durante a prisão e sequer conseguiu falar sobre esse caso”, disse o delegado Brenno Andrade.
As investigações do crime de stalking vão continuar e a vítima será ouvida de forma mais detalhada. O acusado também pode responder pelo crime de vazamento de foto íntima.
“É sempre importante também frisar que a vítima deve fazer a denúncia, procurar a polícia, registrar o seu boletim de ocorrência, levar todos os prints, se for por mensagens, toda a materialidade, se tiver um áudio, qualquer coisa que auxilie a polícia a investigar, e, posteriormente, encaminhá-la ao Poder Judiciário para que ela responda pelo crime de stalking, disse Brenno Andrade.
“Evitamos um mal maior”, diz delegado-geral da Polícia Civil
O delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, disse que a prisão foi extremamente importante para “evitar um mal maior contra a vítima” e tirar um stalker de circulação da sociedade.
“A prisão foi extremamente importante, nós evitamos aí um mal maior. Poderia se desencadear, ia ter um feminicídio, em razão da personalidade, dos antecedentes dessa pessoa. Então, foi um trabalho muito importante no sentido de tirar de circulação esse cidadão”, disse o delegado-geral.