O equipamento fotográfico da modelo e fotógrafa capixaba Lucilene Miranda, de 33 anos, que morreu após cair do 21° andar do prédio onde morava, no Rio de Janeiro, desapareceu após a morte da jovem. A informação é do irmão da modelo, Lizandro Miranda.
Ele conta que foi ao apartamento que a irmã dividia com o namorado, localizado na Barra da Tijuca, Zone Oeste do Rio, para pegar os pertences dela. O celular e o computador de Lucilene foram recolhidos e entregues à Polícia Civil.
No entanto, Lizandro não encontrou o equipamento fotográfico da irmã – composto por câmera, lentes, tripé, entre outros itens – que, segundo ele, nunca saía do apartamento. Lizandro conta que perguntou ao namorado de Lucilene, o também fotógrafo Rodolfo Rocha, conhecido como Rude, onde estava o equipamento e ele disse que não sabia.
“Ele disse que não tinha visto esse equipamento. Mas eu achei estranho porque minha irmão não deixa as coisas dela com ninguém. E foi sumir justamente depois de ela morrer?”, questionou Lizandro que, no entanto, disse não suspeitar do paradeiro do equipamento.
Lizandro disse que uma outra irmã procurou o condomínio do edifício e pediu ajuda para localizar os pertences de Lucilene. “Eles disseram que farão o possível para colaborar. As imagens de segurança poderão ajudar a encontrar esse equipamento”, disse.
De acordo com Lizandro, o equipamento fotográfico – avaliado, segundo ele, em mais de R$ 5 mil – seria vendido pela modelo, que pretendia juntar dinheiro para se mudar para o exterior. Ele conta que a irmã se preparava para deixar o apartamento que dividia com o namorado.
“As coisas dela já estavam praticamente arrumadas para ela sair do apartamento, mas ela ainda não sabia como fazer para carregar todo aquele equipamento”, contou.
De acordo com Lizandro, uma amiga havia emprestado dinheiro para Lucilene fazer a mudança. Ela havia sido expulsa do apartamento pelo próprio namorado, segundo consta no Boletim de Ocorrência registrado pela própria jovem três dias antes de morrer. No documento a moça relata que havia sido agredida por Rodolfo.
A modelo contou que começou uma briga com o namorado por ele ter levado dois amigos, usuários de drogas, para o apartamento onde o casal morava. Essa briga teria feito com que Rodolfo a expulssasse. Antes que Lucilene recolhesse os pertences, o namorado teria a puxado pelos braços e pescoço, causando lesões. As marcas da suposta agressão foram fotografadas pela modelo.
Investigações
A Polícia Civil do Rio continua investigando o caso e não está divulgando detalhes da investigação, para não atrapalhar os trabalhos. De acordo com a assessoria de comunicação da PC, a linha de investigação que está sendo usada, até o momento, é a de suicídio. A família, no entanto, não acredita nessa hipótese.
O titular da 16ª DP do Rio (Barra da Tijuca), delegado Mario Luiz Silva, responsável pelas investigações, já analisou as imagens de videomonitoramento do prédio e ouviu todas as testemunhas. A polícia ainda aguarda o resultado dos exames periciais e informou que ainda não há um prazo para que o inquérito seja concluído.
Entenda o caso
Lucilene morreu ao cair da janela do 21° andar do prédio onde morava com o namorado, no dia 21 de fevereiro. Os dois se conheciam há quatro meses e há três estavam morando juntos no local.
A jovem era capixaba de Vila Velha e caçula de dez irmãos. Morava no Rio de Janeiro há 15 anos, mas já havia morado em vários países.
O namoro era de conhecimento da família, mas poucos parentes conheciam Rodolfo Rodrigues, que além de fotógrafo é músico. Foi o rapaz quem contou para a família sobre a queda de Lucilene, por telefone.
Ele não veio ao Espírito Santo acompanhar o velório e sepultamento da modelo. Segundo Lizandro Miranda, quando Lucilene caiu o namorado não estava no apartamento, mas na cobertura do prédio.