*Artigo escrito pelo coronel Souza Reis, mestre em Administração (Ufes) e assessor Especial da Secretaria de Estado de Economia e Planejamento para o Programa Estado Presente em Defesa da Vida.
O ano era 1983 e nesse tempo iniciou-se um novo capítulo na rica história da Polícia Militar do Espírito Santo, com o primeiro Curso de Formação de Sargentos Femininos, no qual se formaram 67 mulheres que se tornariam as primeiras a ingressarem nas fileiras da corporação, atuando tanto na esfera operacional quanto na administrativa.
Mais adiante, em 1986, mais um marco histórico: a primeira turma do Curso de Formação de Soldados Femininos, com o êxito de formar 31 novas policiais militares.
Por fim, em 1987, quatro mulheres ingressam no Curso de Formação de Oficiais, compondo o efetivo capixaba com seus pares masculinos no curso, que àquela época foi realizado na Polícia Militar de Minas Gerais.
Mulheres na PM: companhia feminina foi o início
Inicialmente, as policiais militares concentravam-se na Companhia de Polícia Militar Feminina, criada em 1983 e extinta em 1992.
A partir de então, as policiais militares foram destinadas para diversas unidades da corporação, incluindo o Corpo de Bombeiros Militar, que na época era um órgão da Polícia Militar, sem distinção de atribuições.
O tempo passou e mais uma etapa histórica iniciou-se, pois em 1995, dez jovens moças ingressaram no Curso de Formação de Oficiais, que desta vez estava sendo ministrado em terras capixabas, no antigo Centro de Formação e Aperfeiçoamento da PM, hoje denominado Academia de Polícia Militar do Espírito Santo.
Foi a primeira turma de oficiais do chamado “Quadro de Oficiais Combatentes”, com participação feminina formada em terras de Ortiz.
Primeiras mulheres na PMES podem ser promovidas a coronel
Neste ano de 2025, a Polícia Militar terá mais um marco histórico a ser registrado, pois dentre as jovens moças que adentraram aos portões do antigo Centro de Formação e Aperfeiçoamento, em 1995, sairão aquelas que deverão ser promovidas ao posto de coronel do Quadro de Oficiais Combatentes da Polícia Militar, o posto máximo na hierarquia da PMES.
Serão as primeiras oficiais combatentes formadas em terras de Ortiz a alcançar essa posição, após 42 anos do início de ingresso das mulheres na corporação.
No início, eram 10 Alunas Oficiais e hoje são 7 tenentes-coronéis combatentes que se destacam tanto na área administrativa quanto na área operacional da Polícia Militar.
São as tenentes-coronéis: Luciana, Leomara, Felix, Emília, Saliba, Laysa e Camila. Todas mulheres com brio, competentes e com brilho próprio; mas também com graça, ternura e afeto que lhes são peculiares.
Na área administrativa, citamos as tenentes-coronéis Luciana, Leomara e Emília; com a tenente-coronel Luciana assessorando o Comando Geral na Controladoria, a tenente-coronel Leomara sendo a maior especialista em gestão orçamentária e financeira da corporação nas últimas décadas, e a tenente-coronel Emília a profissional que simplesmente refundou todo o complexo sistema de educação da Polícia Militar que já formou várias gerações.
Na área operacional, destacamos as tenentes-coronéis Felix, Saliba, Camila e Laysa. A tenente-coronel Félix comandou a 2ª Companhia Independente, a tenente-coronel Saliba o 7º BPM e a tenente-coronel Camila foi Chefe de Operações no 6º BPM.
Hoje coordenam várias unidades operacionais no 5º, 6º e 1º Comandos de Polícia Ostensiva Regional, respectivamente. A tenente-coronel Laysa comanda atualmente o Regimento de Polícia Montada.
Hoje, são centenas de mulheres que atuam em todas as unidades da corporação e nas mais diversas especialidades, quer seja na área administrativa, operacional ou na saúde. As futuras coronéis combatentes são exemplos a serem seguidos por todas elas.
Que sejam promovidas, lembradas, honradas e homenageadas! Elas merecem!