O Espírito Santo estuda acoplar câmeras aos uniformes dos policiais. A medida, revelou o secretário de Estado de Defesa Social e Segurança Pública, coronel Alexandre Ramalho, pretende trazer mais transparência ao trabalho das forças de segurança.
“Não se trata aqui de fazer vigilância e punir o policial. É mais uma questão de otimizar o trabalho e a função das forças policiais e servir até mesmo de defesa do próprio agente frente ao que ele faz e enfrenta nas ruas”, ressaltou, citando que já há uma recomendação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que os Estados utilizem o equipamento.
“Atualmente, os batalhões dos Estados de Santa Catarina, de Rondônia e de São Paulo já trabalham com câmeras acopladas às fardas. Fomos conhecer o modelo paulista que apresentou vantagem e se revelou interessante para nós”, destacou.
Gravação contínua
Segundo Ramalho, a câmera no uniforme da PM de São Paulo funciona ao longo de 12 horas e 20 minutos, totalizando um turno de trabalho do policial.
“O policial não consegue desligar ou desfocar a câmera. Quando ele se vê numa situação em que que precisa agir, por exemplo, como um confronto ou uma abordagem, ele aciona a gravação, que capta imagem e áudio em ótima qualidade. E é possível gravar também, a partir desse acionamento, um minuto e meio anterior e um minuto e meio após”, explicou.
O secretário não acredita que gravar as atividades dos policiais será uma invasão de privacidade ou irá constranger o trabalho das tropas nas ruas.
“É mais um reforço para um trabalho sério da polícia. Por meio dessas gravações, será possível que o sargento, no início do turno, pegue imagens aleatórias para fazer observações onde é preciso melhorar a atuação da tropa. Servirá até para justificar elogios de um bom desempenho”, exemplificou.
Ele reforçou que as imagens poderão ser utilizadas como defesa para os próprios policiais. “Isso tem sido utilizado pela PM paulista na hora de esclarecer o trabalho dos agentes quando um deles é acusado de ilegalidade durante o serviço”, destacou. O secretário também apontou que a letalidade policial, ou seja, o número de pessoas mortas por PMs, diminuiu após a inclusão das câmeras.
Licitação
Por enquanto, a aquisição dos equipamentos passa por um estudo técnico. O secretário Alexandre Ramalho disse que há uma análise sobre qual melhor modelo de licitação para a compra e manutenção dos aparelhos. “Mas é de nosso interesse inserirmos essa tecnologia ao nosso trabalho. E pretendemos que as câmeras também sejam utilizadas pelos policiais civis e pelos bombeiros”, planeja.