O Espírito Santo registrou, no mês de fevereiro de 2021, o menor número de homicídios desde 1996, quando começou a contagem histórica no Estado. Os dados da Secretária Estadual de Segurança Pública (Sesp), apontam uma redução de 25%, em relação ao mesmo período de 2020.
De acordo com os dados, ao todo, foram 82 assassinatos cometidos nos 28 dias do mês, sendo que 32 ocorrem na região metropolitana. No norte do Espírito Santo foram registrados 22 casos, no noroeste foram 17, na região serrana 6 e no sul do estado, região com menor índice, foram registrados 5 ocorrências.
Segundo o secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Alexandre Ramalho, apesar do registro, não há o que comemorar quando o assunto são mortes. “Em janeiro tivemos muitos crimes ligados ao confronto do tráfico de drogas, cerca de 74%, e dentro da dinâmica do programa Estado Presente em Defesa da Vida, intensificamos o monitoramento nesses locais”, disse.
O secretário destacou, ainda, o trabalho realizado pelas equipes da força de segurança. “Nossas polícias e Corpo de Bombeiros, com apoio das guardas municipais, realizaram diversas operações com objetivo de prender lideranças de organizações criminosas em diversas partes do Espírito Santo. Acreditamos que isso tenha grande influência nesse resultado”, afirmou Ramalho.
Acumulado no ano
Nos dois primeiros meses de 2021, foram registrados 190 homicídios dolosos. Em 2020, foram 204 assassinatos, no mesmo período. Os dados representam o melhor índice para o bimestre dos últimos 24 anos.
Ramalho destacou que, apesar do bom resultado na região metropolitana, ainda existe um grande trabalho pela frente em outras partes do Espírito Santo. “A Grande Vitória demonstra estabilidade e buscamos, diariamente, sufocar a criminalidade para evitar os conflitos e, consequentemente, as mortes. No interior ainda temos um grande desafio, visto que há uma pulverização desses homicídios e por variados motivos”, disse.
Para o secretário Estadual de Economia e Planejamento, Álvaro Duboc, que atua como coordenador executivo do Programa Estado Presente em Defesa da Vida, a violência letal é, já há algum tempo, uma das principais preocupações da população brasileira. “Segundo pesquisa do Instituto Datafolha, 20% acreditam que é o maior problema do país, atrás apenas da Saúde (23%)”, explicou.
Segundo Duboc, a ampliação ao acesso descontrolado a armas e munições é um obstáculo para que o Brasil siga reduzindo os indicadores de violência. “A sociedade precisa despertar para discutir mecanismos de controle e rastreamento de armas e munições para reduzirmos os impactos da flexibilização. Prender homicidas, reduzir a impunidade e controlar os instrumentos do crime são medidas imprescindíveis para seguirmos no propósito de salvar vidas”, afirmou.
Mortes de mulheres
Em relação aos homicídios de mulheres, os registros no bimestre também apresentam redução. Ao todo, foram 15 casos, sendo que desses, 4 são feminicídios. Em 2020, haviam sido registrados 17 vítimas de assassinato do sexo feminino, sendo que 5 casos foram classificados como feminicídios.