O Espírito Santo ocupa a terceira colocação no ranking entre os estados brasileiros com o maior número de casos de homicídios, ocorridos até 2007, sem solução. De acordo com o “Inqueritômetro”, disponível no site do Conselho Nacional do Ministério Público, o Estado possui 3.604 inquéritos, abertos até dezembro de 2007, ainda não resolvidos. Somente o Rio de Janeiro, com 18.365 inquéritos, e Minas Gerais, com 5.793, possuem mais casos de homicídio, nesse período, sem solução.
O dirigente do Centro de Apoio Criminal do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), promotor Pedro Ivo de Sousa, explica que o número de inquéritos não resolvidos no Estado ainda é alto por causa da grande quantidade de casos que foram registrados nesse período.
“Se olharmos por um outro ângulo, percebemos que o Espírito Santo é o segundo estado que mais solucionou inquéritos de 2010 para cá. Saímos da casa dos 16 mil casos não resolvidos e estamos hoje com pouco mais de 3 mil. Ainda não é motivo de comemoração, mas já estivemos em situação muito pior no passado. Há pouco tempo, éramos o estado onde mais se matava no Brasil”, ponderou.
Segundo o Inqueritômetro, o Espírito Santo atingiu 77,7% da Meta 2, da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp), que prevê a conclusão dos inquéritos sobre homicídios instaurados no país até dezembro de 2007. Oito estados brasileiros já conseguiram alcançar 100% dessa meta: Acre, Amazonas, Amapá, Ceará, Pará, Piauí, Roraima e Sergipe.
Sobre os casos de homicídios cujos inquéritos foram instaurados em 2008 e 2009, o Espírito Santo aparece na quarta e quinta colocação, respectivamente, entre os estados com maior número absoluto de investigações concluídas. “Fizemos um trabalho excepcional a partir de 2010, quando as metas foram lançadas para resolver os inquéritos do passado, e hoje estamos entre os estados que mais concluíram os inquéritos”, ressaltou Pedro Ivo.
O promotor explica que são vários os fatores que dificultam o andamento de um inquérito sobre homicídio. “Às vezes precisamos de mais atividades de investigação. A vizinhança, muitas vezes, sabe o que aconteceu, mas não sabe tudo. Além disso, temos problemas com as provas periciais. Então depende muito de cada caso. Melhoramos muito desde 2010, mas ainda temos muitas dificuldades”, reconheceu.