Nesta quarta-feira (2), um jovem de 20 anos foi detido e levado ao presídio após mostrar as partes íntimas e fazer gestos para uma mulher, no Terminal de Campo Grande, em Cariacica. O mesmo suspeito já tinha sido levado a delegacia também por assediar outra mulher, mas desta vez no Terminal de Jardim América, no mesmo município.
O caso traz à tona a discussão sobre um problema bastante recorrente no Espírito Santo: a importunação sexual. Só de janeiro a julho deste ano, foram registrados 58 casos deste mesmo crime e um dos locais que são marcados por esse tipo de ocorrência são os transportes coletivos.
A técnica de enfermagem, Tatyanne Nevez, afirma que sofreu importunação sexual dentro de um ônibus após um plantão. “Eu estava tão cansada que eu acabei cochilando dentro do coletivo. Quando eu acordei tinha uma pessoa do meu lado tentando passar a mão em mim. A única reação que eu tive foi dar um tapa na cara da pessoa”, relatou.
Após o ocorrido, Tatyanne contou que outras pessoas que também estavam no ônibus a chamaram de louca por ter agredido o suspeito. No ônibus, havia em torno de 15 pessoas, mas a técnica disse que ninguém ajudou, inclusive um vendedor ambulante riu da situação no momento em que desceu do ônibus.
Depois do susto, a técnica de enfermagem encoraja outras mulheres que já passaram ou que passam por situações semelhantes no coletivo ou até mesmo na rua, a fazer a denúncia.
Antes de 2018 a importunação sexual não era considerada crime. Quando havia tal ocorrência, os suspeitos assinavam um termo circunstanciado e eram liberados em seguida. Agora, além de ser crime, a importunação sexual tem pena rigorosa, podendo o abusador ficar preso por até cinco anos.
* Com informações da repórter Milena da Silva Martins, da TV Vitória/Record TV.