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O esquema de venda ilegal de remédios que necessitam de prescrição médica foi desarticulado pela Polícia Federal, durante uma operação deflagrada na manhã desta quarta-feira (30). De acordo com a polícia, a estimativa é que ele movimentava R$ 25 mil por mês há pelo menos três anos.
“A partir de uma denúncia anônima, a Polícia Federal fez alguns levantamentos e conseguiu identificar uma pessoa que recebia em nome de “Doutor Fritz” e que de fato comercializava medicamentos na região”, informou o delegado da PF Vitor Moraes Soares.
Durante a operação, chamada de “Tarja Preta”, um farmacêutico foi preso em flagrante por tráfico de drogas e exercício ilegal da medicina, em Aracruz. Segundo as investigações ele agia no comércio ilegal de medicamentos há três anos.
“Os clientes iam se propagando boca a boca, um passava o telefone para o outro. Eles faziam contato diretamente com o farmacêutico e por telefone falavam o que estavam sentindo, os sintomas que tinham, e por telefone mesmo o próprio farmacêutico dava o diagnóstico médico e já indicava o medicamento que a pessoa deveria usar. Os medicamentos eram vendidos pela associação criminosa com o percentual de 50 % a 60 % mais caro que o valor negociado com uma receita médica na farmácia”, disse o delegado.
O perfil dos compradores era, em sua maioria, pessoas em busca de mudanças estéticas no corpo. Medicamentos proibidos no Brasil, como o Franol, também eram livremente comercializados, mas existia ainda a venda de remédios para pressão arterial e antiinflamatórios.
“Nós já temos claramente identificados três pessoas envolvidas, o farmacêutico, um dentista que fornecia receituários para compra, principalmente de antibióticos, diretamente nas farmácias, e também um funcionário de uma farmácia de manipulação que realizava a manipulação desses medicamentos sem as receitas médicas”, afirmou Soares.
A polícia informou que o “Doutor Fritz” comprava as receitas de um dentista e contava ainda com a ajuda de um funcionário de uma farmácia de Aracruz para distribuir os medicamentos para os clientes. Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão e três de condução coercitiva.
A PF não teve a autorização para cumprir a prisão preventiva do farmacêutico, que acabou preso em flagrante dentro de casa por conta da quantidade de medicamentos encontrados na residência dele. Ele irá responder por três crimes, como tráfico de drogas e exercício irregular da medicina.