Polícia

Estagiária acusada de agredir criança especial em escola da Serra vai responder por crime de maus-tratos

De acordo com o delegado Érico Mangaravite, a estudante, de 34 anos, colocou em perigo a saúde do menino, ao abusar dos meios de correção e disciplina

Criança mostra os hematomas Foto: TV Vitória

A funcionária de uma escola municipal da Serra, acusada de agredir um menino que tem necessidades especiais no dia 14 de maio deste ano, vai responder pelo crime de maus-tratos e pode pegar uma pena de até um ano e quatro meses de prisão.

De acordo com o delegado Érico Mangaravite, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), durante a investigação do caso foram ouvidas a mãe da criança, a criança e a estagiária. 

Em depoimento, a mãe do menino disse que assistiu as imagens de videomonitoramento da escola, onde era possível visualizar a criança sendo agredida pela estagiária. As imagens, cedidas pela Secretaria Municipal de Educação de Serra, foram encaminhadas para a perícia. 

Ainda segundo o delegado Érico Mangaravite, em depoimento, a estudante de Pedagogia, que tem 34 anos, disse que estagiava na escola há aproximadamente quinze dias, e foi orientada para acompanhar o menino. 

A estagiária relatou que, no dia do ocorrido, a criança ficou muito agitada ao ver os outros alunos praticando Educação Física, e, por isso, foi difícil contê-la. A estudante reconheceu que arranhou a criança no pescoço, no momento em que a segurou. Ela disse ainda que procurou a pedagoga da escola e avisou que iria desistir das funções, por não conseguir controlar a criança. 

De acordo com o delegado Érico Mangaravite, a estudante colocou em perigo a saúde do menino, ao abusar dos meios de correção e disciplina. Ela responderá pelo crime de maus-tratos e a pena pode chegar a um ano e quatro meses de detenção.

O caso será encaminhado ao Juizado Especial Criminal da Serra e a estudante responderá em liberdade.

Entenda o caso

O caso foi registrado em uma escola no bairro Serra Dourada I, no município da Serra. 

A mãe do menino, Nuria Dalton Dos Santos, foi até a escola municipal onde o filho estuda há cinco anos, quando percebeu as marcas no corpo dele. Necessitando de cuidados especiais, a criança tem o acompanhamento de uma estagiária de pedagogia. “Minha irmã disse que a escola tinha me ligado falando que a professora tinha desistido e que era para eu ir buscá-lo. Quando cheguei lá, eu o vi com marcas vermelhas, com sangue no pescoço e o corpo cheio de hematomas”, contou a dona de casa.

Esta não teria sido a única agressão, já que era possível ver várias marcas pelo corpo da criança. Segundo a mãe, o próprio filho e os colegas de sala contaram que ele já foi agredido várias vezes.

A mãe da criança disse ainda que percebeu um comportamento estranho no filho, mas que ele não dizia o que estava acontecendo. Após a violência, a estagiária abandonou o trabalho.