Polícia

Estudante é preso após professora confundir relógio com bomba

Incidente provocou debate sobre islamofobia nos Estados Unidos. O jovem, que sonha em ser engenheiro quando crescer, foi preso pela polícia da pequena cidade de Irving

Jovem que sonha em ser engenheiro foi preso pela polícia da pequena cidade de Irving Foto: Reprodução

Quando Ahmed Mohamed chegou à escola, estava feliz por mostrar aos colegas um relógio digital que ele mesmo tinha construído. No entanto, ao invés de receber elogios dos professores, o garoto muçulmano de 14 anos acabou na cadeia.

O jovem, que sonha em ser engenheiro quando crescer, foi preso pela polícia da pequena cidade de Irving, no estado norte-americano do Texas, e depois liberado, porque o relógio que ele montou foi confundido com uma bomba por um dos docentes.

O caso imediatamente desencadeou um debate nacional que contou até com uma intervenção do presidente Barack Obama defendendo o menino. “Relógio legal, Ahmed. Quer trazê-lo aqui para a Casa Branca? Nós temos que inspirar mais garotos como você a gostar de ciência. É isso que faz a América tão boa”, escreveu o presidente em sua conta oficial no Twitter.

Obama ainda convidou o adolescente a comparecer à Noite da Astronomia do mês de outubro. “Um menino de 14 anos não deveria ser preso apenas por ter levado um relógio para a escola. Alguns dos seus professores o decepcionaram”, disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.

E, enquanto a hashtag #IstandWithAhmed (Eu estou com Ahmed) fazia sucesso nas redes sociais, o jovem recebeu mais um convite, desta vez do CEO do Facebook, Mark Zuckerberg. “O futuro pertence a pessoas como o Ahmed. Se você quiser algum dia conhecer o Facebook, eu adoraria te encontrar. Continue construindo”, afirmou o fundador de uma das companhias mais valiosas do mundo.

O chefe de polícia de Irving, Larry Boyd, confirmou que nenhuma acusação foi feita, já que o dispositivo, descrito como “um experimento feito em casa”, era inócuo.

Mesmo assim, muitas pessoas ainda acham que o que aconteceu foi um episódio de islamofobia e que Ahmed acabou atrás das grades só por ser muçulmano. Foi isso que disse o pai do adolescente a um jornal local. “Meu filho só quer inventar coisas boas para a espécie humana. Mas como se chama Mohamed e 11 de setembro foi há pouco tempo, ele foi maltratado”, desabafou Mohamed Elhassam Mohamed, que veio com a família do Sudão.

Com informações do Portal R7