Foi marcado para a próxima quinta-feira (03), o júri popular do contador e da estudante envolvidos no acidente que matou o universitário Rodrigo Lopes, de 20 anos, em um posto de combustível de Vila Velha, em agosto de 2008.
Segundo a polícia, Gabriela Bernardino dos Santos atropelou, no dia 30 de agosto de 2008, o universitário, que estava com um amigo encostado em um carro, em frente à loja de conveniência de um posto de combustíveis em Itaparica, Vila Velha.
Segundo testemunhas, Gabriela estaria bebendo cerveja com amigos no local, não sabia dirigir, mas mesmo assim teria entrado em um carro e realizado uma manobra brusca, conhecida como “cavalo de pau”. Rodrigo Lopes foi atropelado e morreu na hora. O dono do carro, o contador Maurício Joviano Sonegueti, também será levado a julgamento.
O júri está marcado para as 10 horas, no Fórum da Prainha, em Vila Velha.
Júri é vitória da sociedade, diz delegado
“Uma vitória da sociedade”. É assim que o delegado Fabiano Contarato, titular da Delegacia de Delitos de Trânsito, analisou a decisão do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) de levar a júri popular a estudante Gabriela Bernadino dos Santos.
Em primeira instância, a acusada tinha sido pronunciada por homicídio por dolo eventual, quando se assume o risco de produzir o resultado ao dirigir veículo após ingerir bebida alcoólica, mas a defesa havia recorrido. Com a decisão do TJES, a tese do delegado Fabiano Contarato foi mantida. “Todos nós estamos sujeitos a um acidente de trânsito. Agora, um motorista sem habilitação, que faz uma manobra perigosa e que atropela e mata alguém, não é acidente de trânsito. Por isso, ele deve ir a júri popular”, defendeu o delegado.
“Há comportamento no trânsito que o indivíduo ultrapassa a mera casualidade e assume o risco de produzir o resultado. O dolo eventual está no código penal. Quando dois motoristas batem um pega, sobem na calçada, atropela e matam alguém, eles não querem diretamente matar. Mas com comportamento deles, assumiram o risco. Então, é dolo eventual”, explica Fabiano Contarato.