Polícia

"Eu espero a pena máxima", diz avó de Kauã sobre Georgeval Alves

Marlúcia Butkovsky deseja que o ex-pastor, acusado de abusar e matar o filho e o enteado em 2018, seja condenado pelo júri que começa nesta segunda-feira (3)

Foto: Reprodução TV Vitória

O julgamento do ex-pastor Georgeval Alves, acusado de estuprar e matar o enteado Kauã Butvosky de 6 anos, e o filho Joaquim Alves, de 3, começará nesta segunda-feira (3), em Linhares. 

O crime aconteceu em 2018, na mesma cidade. Na época, Georgeval afirmou que a causa da morte das crianças foi um incêndio e que teria tentado socorrer os meninos. A tese de socorro logo foi descartada pela perícia e bombeiros, que passaram a ter o ex-pastor como principal suspeito dos assassinatos. 

Marlúcia Butkovsky, avó de Kauã, esteve presente no programa Fala ES, da TV Vitória, e declarou que espera que o suspeito receba a pena máxima e não possa nunca mais ter convívio em sociedade. 

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“Eu espero a pena máxima, mas não somente a máxima do Brasil, porque os crimes que ele cometeu são dobrados, foram com duas crianças. Eu espero mais de 100 anos de condenação para ele. Ele não é uma pessoa digna de voltar para a sociedade hoje e nem nunca.”

Marlúcia disse ainda que nos cinco anos que sucederam à tragédia, ela e a família ainda não conseguem falar sobre a tamanha dor que sentem, uma vez que perderam uma criança amada e que tinha toda a vida pela frente. 

“Eu fiz tratamento psicológico, eu tomei remédio para dormir porque eu não consigo imaginar as cenas de tudo que aconteceu. Eu prefiro não falar, eu não consigo falar aquilo tudo que ele conseguiu fazer com o meu neto e o irmão dele. Vocês sabem o que aconteceu, não foi um acidente, foi o assassinato de duas crianças.”

Leia Também: Justiça nega pedido da defesa e mantém júri de Georgeval Alves em Linhares

A avó de Kauã demonstrou indignação pela tentativa de adiamento do julgamento por parte da defesa de Georgeval, na última sexta-feira, 31 de março. 

De acordo com ela, a espera pela conclusão do caso traria ainda mais angústia à família, que chora a perda do menino já há cinco anos. 

Por fim, Marlúcia afirmou ainda que espera que o ex-pastor não tenha qualquer possibilidade de liberdade no futuro, e que continue na prisão. 

“A pena divina, sabemos que é certo. Mas a da Terra, a gente busca porque é necessário. Ele tem que estar distante de qualquer um, principalmente de crianças”. concluiu. 

Relembre o crime

O ex-pastor é acusado de estuprar, espancar e atear fogo no filho e no enteado em 21 de abril de 2018, na cidade de Linhares, enquanto as crianças ainda estavam vivas.

Na ocasião, a mãe das crianças estava em viagem para um congresso religioso em outra cidade. Na casa, os meninos estavam sob os cuidados de Georgeval.

Foto: Montagem / Folha Vitória

Na segunda-feira seguinte ao incêndio, o então pastor e a esposa, Juliana Salles, mãe das crianças, estiveram no DML para o recolhimento de material para realizar os exames de DNA. Na ocasião, Georgeval relatou para a imprensa o que teria acontecido na noite do incêndio

Segundo ele, o fogo teria sido acidental e que teria tentado socorrer as crianças. A hipótese de socorro foi descartada pela perícia e pelos bombeiros, o que culminou na prisão do ex-pastor dias após o ocorrido.

Foto: Acervo pessoal

Em 20 de junho daquele mesmo ano, Juliana também teve a prisão preventiva decretada. Segundo decisão da Justiça, ela tinha conhecimento dos abusos sexuais praticados por Georgeval contra os filhos. No momento da prisão, ela estava na casa de um amigo em Teófilo Otoni, Minas Gerais.

Em novembro daquele mesmo ano, Juliana teve a liberdade provisória concedida. Georgeval entrou com dois pedidos de habeas corpus, prontamente negados e segue encarcerado.

No dia 2 de maio de 2019, o juiz André Bijos Dadalto, da 1ª Vara Criminal de Linhares, decidiu que Georgeval Alves deveria ser levado a júri popular. Ele foi indiciado pelos crimes de duplo homicídio qualificado, estupro de vulnerável e tortura.

O julgamento do ex-pastor aconteceria em março deste ano, mas foi adiado após pedido da defesa, pois o réu precisaria passar por um processo cirúrgico. A nova data foi estabelecida para 3 de abril, próxima segunda-feira.

A defesa de Georgeval, novamente, entrou com pedido de adiamento, desta vez, negado pela Justiça. O júri será composto por sete pessoas. Confira os detalhes sobre o julgamento:

Veja na foto abaixo como será formado o Salão do Júri do julgamento 


Foto: Reprodução

Foto: Thiago Soares/ Folha Vitória
Gabriel Barros Produtor web
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Graduado em Jornalismo e mestrando em Comunicação e Territorialidades pela Ufes. Atua desde 2020 no jornal online Folha Vitória.