Uma dona de casa foi brutalmente agredida e por pouco não morreu estrangulada pelo marido, na quarta-feira (12), na casa em que mora com a família, no bairro Manoel Plaza, na Serra. Segundo a vítima, tudo aconteceu depois que ela contou para o companheiro que conseguiu uma vaga de emprego.
Com medo e vergonha de se identificar, a mulher disse que o homem mudou de humor de repente. Toda a agressão aconteceu na presença dos filhos do casal, uma criança de sete e outra de um ano de idade. Segundo ela, a menina mais velha implorava para que ele não matasse a mãe. “Ela gritou para ele parar, falou ‘não mata minha mãe não, vai embora!’. Aí gritei para os vizinhos, eles vieram e me ajudaram”, disse a mulher.
“Eu cheguei em casa, ele estava deitado no sofá e as crianças brincando. Eu contei para ele e do nada ele disse que estava atrás de homem! Ele é usuário de drogas há muitos anos… e ele ficou muito nervoso, me jogou na cama e começou a me espancar. Bateu minha cabeça na mesa e pisou em cima do meu pescoço. Foi aí que gritei ‘Socorro, me ajuda! Não faz isso comigo não, eu tenho dois filhos para criar! Eu entrei em desespero e vi a morte de perto!”, contou em meio às lágrimas.
Segundo ela, o homem ainda tentou fugir quando a polícia chegou. Entre indas e vindas, o relacionamento já tem 12 anos e dois filhos. O homem é aposentado pelo INSS, mas segundo a vítima a invalidez é apenas para trabalhar, porque pra usar drogas ele sempre foi muito ativo. ” Todo o dinheiro que ele recebe, ele pega e vai para a boca de fumo gastar com drogas”, conta.
O histórico de agressões é longo. A vítima conta que tudo era motivo pra ele desconfiar, bater e até estuprá-la. “Ele me espanca, ele cortou meu cabelo e já me queimou com cigarro”, lamenta a vítima.
Segundo ela, a dependência financeira foi o que fez com que ela ficasse tanto tempo com o homem. “Meu pensamento era conseguir um emprego e separar dele. Mesmo que saia só com a roupa do corpo, eu quero estar com a carteira assinada. Pelo menos eu vou garantir o futuro dos meus filhos”, afirmou a mulher.
Acostumada com uma vida dura, enfrentando uma depressão, desempregada e com o marido que a violenta, o passado e presente dessa mulher de 31 anos dificultam que ela sonhe com melhores expectativas para o futuro. A dispensa de casa vazia causa tristeza e a incerteza do que será dela e das crianças é grande. A prisão do agressor traz uma mistura de sensações : alívio por se sentir livre de quem a maltrata e medo de que ele seja solto e volte para matá-la.
“Eu tenho medo dele me matar por causa das crianças, porque eles são minha vida, eles são tudo pra mim”, declara a mulher.
Por nota, a Polícia Civil informou que o suspeito, de 33 anos, foi autuado em flagrante por lesão corporal na forma da Lei Maria da Penha e foi conduzido para o Centro de Triagem de Viana.
* Com informações da repórter Nathália Munhão, da TV Vitória / Record TV