Polícia

Ex-PM tem liberdade negada em processo de violência contra a mulher

Ele retornou para o sistema no último dia 28 e está na Penitenciária de Segurança Média 1, em Viana

Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

O ex-policial militar e ex-assessor parlamentar Walter Matias Lopes teve pedido de liberdade negado pela Justiça. A decisão foi divulgada na última segunda-feira (03), após realização de audiência de custódia.

Segundo informações da Secretaria de Estado da Justiça, ele conta com entradas e saídas do sistema prisional desde março de 2017, tendo sido solto por meio de alvará expedido pela Justiça em março de 2022. 

O ex-policial retornou para o sistema no último dia 28 e está na Penitenciária de Segurança Média 1, em Viana.

Ele é denunciado por violência contra a mulher e, em 28 de junho, a magistrada à frente do caso considerou que ele descumpriu medidas judiciais e que ele vem, de forma reiterada, colocando a ex-mulher em risco.

Confira, na integralidade, os termos da decisão:

“Trata-se de reiteração de prática delituosa em relação à vítima por parte do Requerido, o que indica um padrão instável e agressivo de comportamento. Apesar de a vítima possuir o Dispositivo de Segurança Preventivo, o que se percebe é que o Réu não se intimida e profere ameaças em face da mesma, desta vez, tendo como portadora da mensagem uma Oficiala de Justiça no cumprimento de seu dever legal que, obviamente, certificou no mandado as palavras proferidas pelo Requerido. Assim, ao folhear esses autos e analisar o histórico das partes, entendo que os requisitos da prisão preventiva encontram-se presentes, em especial, a garantia da ordem pública e conveniência da instrução criminal, além da necessidade de se preservar a incolumidade física e psíquica desta mulher. O Réu representa risco para a sociedade, no sentido de sua soltura reforçar padrões machistas e sexistas; para a vítima, como sendo fator gerador de novas violências; podendo, inclusive, a sua soltura prematura influenciar na instrução, já que a suposta conduta delituosa ocorreu no cumprimento das funções da Sra. Oficial a de Justiça, o que pode ser fator desestabilizador para a única testemunha, colocando, inclusive o Sistema de Justiça à prova. Assim, INDEFIRO o requerimento da Douta Defesa. Aguarde-se o julgamento do HC impetrado pela Defesa”.

A defesa do ex-policial, representada pelo advogado Jamilson Monteiro Santos, foi procurada, porém, até o momento, não houve retorno. Este espaço ficará aberto para caso queira se manifestar.

Ex-PM já tinha agredido namorado da ex

O ex-policial militar chegou a ser preso após atacar o namorado da ex-companheira, com uma garrafada na cabeça, no bairro Santa Maria, em Vitória. O crime aconteceu em janeiro do ano passado.

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O caso aconteceu por volta das 23h40, na calçada de um churrasquinho. A mulher, de 27 anos, contou que o ex-companheiro chegou de carro e atacou a vítima pelas costas, sem dar ao alvo a chance de se defender.

A ação aconteceu no momento em que um grupo de samba se apresentava no local e várias pessoas estavam comendo e se divertindo. No rosto e no pescoço da vítima ficaram as marcas da agressão.

As testemunhas ajudaram a impedir que o homem fugisse do local. Inclusive uma dessas pessoas retirou a chave do carro dele da ignição.