Polícia

Família de criança supostamente espancada pelo padrasto em Cariacica é levada para abrigo

Após o atendimento do Conselho Tutelar, a mãe e a criança vão ficar neste abrigo por tempo indeterminado

Foto: Reprodução / TV Vitória

Profissionais que são capazes de oferecer uma luz no fim do túnel para aqueles que vivem em meio ao caos e violência. Os conselheiros tutelares são os responsáveis pela proteção de vidas como a da criança de um ano e sete meses que foi supostamente espancada pelo padrasto no bairro Nova Rosa da Penha 1, em Cariacica. Tanto a mãe, quanto a criança, serão encaminhadas a um abrigo onde devem permanecer por tempo indeterminado.

A decisão tomada pelo Conselho Tutelar foi um alívio para a mãe desta criança, que por um momento, pensou que fosse perder sua filha. Mãe de três filhos, sendo um deles fruto de uma violência sexual, a jovem de 22 anos era uma vítima constante das agressões por parte do ex-companheiro. Ela contou ainda que se o rapaz não tivesse batido na sua filha, ela não teria feito a denúncia à polícia.

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De acordo com o conselheiro tutelar Edwilson de Almeida, o julgamento por parte da sociedade é um dos motivos para que mulheres continuem caladas frente aos agressores. 

“Infelizmente as pessoas julgam sem mesmo conhecer o passado da pessoa e isso gera uma consequência muito negativa, até porque, a vítima se priva de comunicar aos órgãos competentes, pelo preconceito das pessoas ao redor dela”, disse.

Isolamento

O ambiente hostil que já amedrontava tantas vítimas, ficou ainda mais preocupante durante a pandemia. Mulheres que antes sofriam caladas, agora podem sofrer ainda mais, e as agressões podem chegar até os filhos, como o caso da jovem de Cariacica. O conselheiro afirma que este período tem sido de grande preocupação para o órgão.

“A nossa principal preocupação no início da pandemia, foi que nós viemos de um ritmo crescente de negligência contra criança e adolescente, com agressões físicas e abusos sexuais. Essas informações vinham dos moradores e da escola, que é uma grande parceira em relação a denúncia. Como a escola fechou as portas, essas denúncias não chegavam”, apontou.

De todo o modo, independente de escola ou não, a denúncia por parte dos moradores e vizinhos é a melhor solução. Ainda de acordo com o conselheiro, 80% das denúncias que são feitas por parte de vizinhos são verídicas. Ele também explica que não necessariamente a pessoa precisa ver a agressão, caso haja uma suspeita, a denúncia já deve ser realizada.

* Com informações da repórter Milena Martins, da TV Vitória/Record TV