Polícia

Família de empresário morto em assalto à transportadora se pronuncia

Murilo Zacarias Marques e funcionários foram rendidos e amarrados por dois bandidos, em novembro passado, em Vitória. Ladrões fugiram com uma carga de computadores

Foto: Arquivo da Família
Murilo Zacarias Marques e filha Jéssica

A família do empresário de 69 anos, Murilo Zacarias Marques, baleado e morto após reagir a uma tentativa de assalto na manhã do último dia 9 de novembro, no bairro Jabour, em Vitória, falou pela primeira vez sobre o caso e pediu ajuda da população para identificar os criminosos.

Marques passou mais da metade da vida dedicado à transportadora de cargas que administrava. No mês passado, a empresa foi invadida por dois assaltantes, que renderam tanto Murilo quanto os funcionários. Todos eles foram amarrados e uma carga específica de computadores foi levada.

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Antes da invasão, os criminosos observaram a movimentação do lado de fora. Eles chegaram com um galão vermelho, entraram e renderam os empregados. Para defender a empresa a que se dedicava integralmente, sete dias por semana, o empresário se desamarrou e tentou lutar com os suspeitos.

A reação custou a vida do empresário, atingido pelos disparos. Os criminosos saíram do local a pé, levando nas costas os computadores, andando pelas ruas do bairro. A filha de Murilo, Jéssica Pereira Marques, biomédica de 32 anos, estava no aeroporto prestes a embarcar para outro país quando recebeu a pior notícia da vida dela.

À reportagem da TV Vitória, Jéssica contou que estava fazendo uma viagem para um curso e que o irmão ligou e a avisou. No aeroporto, as comissárias conseguiram realocar o voo da volta.

Segundo a filha, o pai sempre a orientava a não reagir a assaltos ou tentativas criminosas. Para ela, o empresário foi uma referência de determinação, um exemplo de profissional que foi até o último respiro para lutar pelo que tanto batalhou para conquistar.

“Ele era a pessoa mais importante da minha vida. Foi ele que me ensinou a lutar, correr atrás, estudar e conquistar as coisas. É o legado que ele me deixou, essa perseverança que ele tinha. Ele não desistiu, ele reagiu tentando lutar e eu estou fazendo o mesmo por ele”.

Para a biomédica, o vazio no peito é imenso, pois perto de completar dois meses, o crime ainda não foi solucionado pela polícia. Jéssica afirma que pretende ir até o fim para fazer justiça pelo pai.

Luto desrespeitado

Mesmo trabalhando por mais de 25 anos no mesmo ponto estratégico, em frente ao aeroporto, Murilo só havia começado a sofrer com a insegurança um mês antes de morrer.

Em outubro passado, o local foi invadido e o empresário registrou prejuízo. Segundo a filha, a família acredita que criminosos já observavam e sabiam da rotina da empresa.

À reportagem da TV Vitória, Jéssica afirmou que nem mesmo o luto tem sido possível viver. Além de administrar o fechamento do negócio, a família tem que lidar com constantes invasões e arrombamentos no galpão onde o crime ocorreu.

* Com informações da repórter Nathália Munhão para a TV Vitória | RecordTV