A família do motorista José Francisco, morto dentro de um ônibus do sistema Transcol, há dez dias, em Vila Velha, desabafou. Em entrevista à TV Vitória/Record, a família ainda se sente muito abalada com a perda de José.
Na última segunda-feira (31), os familiares receberam a notícia de que a Delegacia de Crimes Contra à Vida (DCCV) de Vila Velha concluiu as investigações sobre a morte do motorista e constatou que o tiro que atingiu a vítima foi acidental.
Alcendino Leandro Neves, pai de José Francisco, lembra que o filho desde pequeno sempre foi trabalhador. “Ele começou a trabalhar desde criança. Com 7 anos já vendia picolé na rua para ajudar a gente. Depois começou a trabalhar como empregado, trabalhou em uma empresa na Serra. Depois voltou a trabalhar em Vila Velha e trabalhou por mais de 10 anos na empresa onde ele foi assassinado”, diz.
De acordo com a família, Francisco era um homem unido à família, sempre presente e que se destacava. “Ele sempre foi brincalhão, gostava de contar piadas e gostava de aparecer, mas era aquela coisa de família”, conta Neves.
Indignada, a família não concorda que o tiro que atingiu Francisco foi acidental. “Quando eu pego minha enxada lá na roça, é para trabalhar. Quando o cara pega uma arma, ele vai para matar. Então, se o tiro saiu da arma dele, não foi um tiro acidental. Eu acho que foi um tiro em direção, porque eu não conheço bala perdida”, fala o pai de José.
Relembre o caso
O motorista José Francisco fazia a linha 658 (Terminal Ibes x Terminal São Torquato) e trafegava pela Estrada Jerônimo Monteiro, no bairro Aribiri, em Vila Velha quando foi atingido pelo tiro de passageiro que pulou a roleta para não pagar a passagem. O coletivo havia acabo de sair do Terminal do Ibes e apenas um passageiro havia embarcado.
Por volta das 5h20, quatro jovens embarcaram no ônibus, na altura da praça do Aribiri, em Vila Velha. Segundo o cobrador do coletivo, todos eles pularam a roleta.
No momento em que o último estava passando, uma arma que estava na cintura dele teria caído e disparado. O tiro atingiu a lombar de José Francisco e saiu na altura do pescoço.
Mesmo ferido, o motorista foi obrigado pelos suspeitos a abrir a porta para que eles fugissem. Uma ambulância do Samu foi acionada e a vítima chegou a ser socorrida, mas não resistiu. Dentro do coletivo, os peritos da Polícia Civil encontraram a marca de um disparo.