O frentista José Rubens Dutra, de 52 anos, morto a tiros na noite do último sábado (02), não estava escalado para trabalhar no dia do crime. Segundo funcionários do posto de combustíveis onde a vítima trabalhava, em Vila Capixaba, Cariacica, José Rubens cobria a escala de um colega quando foi assassinado.
O gerente do posto, que não quis se identificar, disse que o funcionário precisou viajar no dia e, por isso, José Rubens trabalhou em seu lugar.
“Naquele momento o rapaz precisou [viajar], era algo que ele tinha marcado há um mês. Eles conversaram e [José Rubens disse] ‘pode deixar que eu trabalho na sua escala para você atender lá’. Então, na verdade, não era a escala dele”, contou.
José Rubens morreu após uma discussão com um cliente, que foi ao estabelecimento comprar um galão de gasolina. A briga teve início depois que o cartão de crédito do suspeito, Alex Delfim Dutra, não ter sido aceito, o que teria o irritado. O frentista foi morto com seis tiros.
“Isso aí foi uma fatalidade. O camarada chegou meio alterado e, por isso, deu esse problema todo. Mas ele [José Rubens] era uma pessoa tranquila. Não tinha problema com ninguém”, disse um frentista amigo da vítima.
Rubens, como era chamado pelos colegas, trabalhava no posto, um dos mais tradicionais de Cariacica, há cerca de nove anos, e era considerado por todos mais que um funcionário.
“Não era nem um funcionário, era considerado uma pessoa da família. Estava há aproximadamente nove anos com a gente e, sempre que precisou, ele estava pronto para atender sem questionar nada”, frisou o gerente do estabelecimento.
Por causa do crime, o posto ficou fechado no domingo (01) e na manhã desta segunda-feira (02), reabrindo somente no início da tarde. Para os colegas, foi difícil trabalhar sem a presença de Rubens.
“Trabalhamos muito tempo juntos, era meu amigo particular. Conhecia bem a família dele, a casa dele. Nós éramos muito juntos. Ele era uma pessoa muito querida que, com certeza, vai deixar muita saudade”, lamentou o frentista.
Igreja
José Rubens morava em Nova Brasília, Cariacica, e trabalhava dia sim, dia não. Quando não estava no posto de combustíveis, ele se dedicava à família e à igreja. Rubens era membro atuante da Igreja Maranata há cerca de 20 anos e, segundo amigos, estava em um momento especial na família: as duas primeiras netinhas, gêmeas, nasceram há três meses.
“Aquelas crianças eram a alegria da vida dele. Inclusive a nora dele ficou internada um bom tempo no hospital, passou por um grande problema no decorrer do nascimento das crianças e ele ficou muito preocupado”, contou o frentista amigo da vítima.
Na tarde desta segunda-feira, a igreja que José Rubens frequentava – e onde foi realizado o velório, na parte da manhã – estava fechada. Ainda muito abalada, a família da vítima preferiu manter o silêncio e não falou com a imprensa.