O cachorro que matou um homem suspeito de assalto na madrugada desta sexta-feira (25) em Jacaraípe, na Serra, tem a fama de ser bastante violento.
O dono da loja de material de construção, Gerdal Alves, conta que encontrou o cachorro abandonado, o adotou e lhe deu o nome de Mascote. ”Uma família o abandonou, as pessoas que eram suas donas. Ele ficou no portão, o encontrei com fome, dei comida e cuido dele. Ele era novo na época”, disse.
O animal passa o dia trancado e costuma ser solto para dar uma volta pelo terreno. Para o motorista da loja, Alvimar da Silva, o problema é quando os funcionários trancam o portão. “Se soltar e fechar o portão, ele já muda. Para entrar no quintal, tem que pegar a corrente. Quando fecha o portão, ele quer marcar território, ainda mais que tem uma fêmea junto. Ele se acha”, conta.
A vira-lata que também vive no quintal é chamada de Magrela e foi adotada pela corretora de imóveis Elza de Souza. Ela diz que não espera que a cachorra tenha uma reação diferente da tomada pelo cão do vizinho. “Se alguém entrasse, com certeza ela faria a mesma coisa”, afirma.
Advogado diz que dono de cachorro não tem culpa
De acordo com o advogado e professor de Direito Criminal, Leonardo Loiola, o dono do cachorro não pode ser processado, pois cria o animal para proteger o patrimônio. “O cachorro, nesse caso, equivale a uma cerca elétrica, ao caco de vidro em cima de um muro alto. Ou seja, é um objeto ou, no caso, um animal, usado para a proteção do patrimônio. Desde que o muro seja minimamente alto e o cachorro não seja acessível para quem está do lado de fora, não há problema para o dono do imóvel. Somente se houver provas de que ele treinou o cachorro para matar uma pessoa, o que eu acho muito improvável, ou se o imóvel tiver um muro de meio metro de altura, bastante acessível”, explica.