Uma organização criminosa foi alvo no Espírito Santo de uma operação da Polícia Federal suspeita de realizar fraudes utilizando o programa Farmácia Popular, do Governo Federal.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta quinta-feira (14), em Cariacica.
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Os criminosos tinham acessos aos sistemas do Ministério da Saúde para realizarem prescrições falsas em nome de drogarias cadastradas no programa. Com o esquema, o prejuízo estimado é de pelo menos R$ 1,15 milhão aos cofres da União.
Segundo com o delegado Regional de Polícia Judiciária da Polícia Federal, Arcelino Vieira Damasceno, os investigados agiam em quatro farmácias fraudulentas.
A partir da ação, os locais recebiam valores do Ministério da Saúde sem entregar os medicamentos, com receituários falsos.
“Observamos que existe um comércio de farmácias ilegais, ‘de papel’ podemos chamar assim, para que elas consigam receber esses valores do Ministério da Saúde, sem fazer a dispensação dos medicamentos”, narra o delegado regional.
Suspeita começou após acesso ao Conecte SUS
Ainda segundo o delegado, a suspeita do crime começou após uma pessoa de Santa Catarina, no sul do país, acessou o Conecte SUS, a plataforma do Sistema Único de Saúde, e viu que existia um pedido de medicamento feito no Espírito Santo. Com isso, ele informou à Polícia Federal sobre o pedido falso.
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A partir disso, foi realizada uma ampla investigação pela Polícia Federal. Após uma auditoria do Ministério da Saúde, as quatro farmácias alvos desta quinta-feira (14), foram localizados pelo órgão.
As farmácias podem não ser físicas, ou seja, os criminosos podem ter apenas o CNPJ e utilizar para cometer as fraudes.
Conforme a Polícia Federal, os alvos desta primeira fase da operação podem não ser os verdadeiros golpistas. As investigações continuam e os CNPJs já foram suspensos.
Criminosos tinham acesso aos sistemas do Governo Federal
Para efetuar o crime, os criminosos possuíam o CNPJ das drogarias cadastradas no programa e tinham acesso ao sistema da Farmácia Popular. Com isso, realizavam uma prescrição falsa de medicamento.
Os dados dos pacientes na prescrição eram obtidos no próprio sistema do Ministério da Saúde.
Com o documento falsificado, a quadrilha enviava ao órgão e recebiam o dinheiro do governo federal.
Ainda conforme a delegado, ainda não se sabe quantos medicamentos foram incluídos no site com o intuito de receber os valores doe Ministério da Saúde.
“Ainda não temos os dados, isso porque o órgão realiza uma auditoria no programa. Quando ele percebe que determinada farmácia não está enquadrada licitamente dentro dos parametros do programa eles cancelam o CNPJ. O que podemos afirmar é que, as quatro farmácias receberam esse valor”, finaliza.
O Folha Vitória entrou em contato com o Ministério da Saúde para esclarecimentos relacionados à operação. O texto será atualizado com a resposta do ´órgão.
*Com informações da repórter da TV Vitória/Record, Thainara Ferreira
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