Polícia

Guarda Municipal de Vitória vai integrar força-tarefa da Polícia Federal contra crime organizado

Proposta da PF é criar uma força-tarefa reunindo seus agentes aos da Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, além das guardas municipais de Vitória e de Vila Velha e o sistema prisional

Foto: Divulgação/PMV

A Guarda Municipal de Vitória vai integrar a força-tarefa da Polícia Federal no Espírito Santo. A parceria foi assinada, na manhã desta segunda-feira (20), na sede da PF, em São Torquato, em Vila Velha. 

A ideia da Polícia Federal é criar uma força-tarefa reunindo seus agentes aos da Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, além das guardas municipais de Vitória e de Vila Velha e o sistema prisional. 

O grupo será composto por 20 integrantes que irão compartilhar informações de suas áreas de ação no combate ao crime organizado, especialmente na região metropolitana.

“Demos um primeiro grande passo. Ganhamos a adesão de um parceiro importante que é a Guarda Municipal de Vitória. Esperamos agora pelos demais parceiros”, comemorou o superintendente da Polícia Federal do Espírito Santo, o delegado Eugênio Ricas. 

Ricas explicou que a participação das guardas municipais capixaba é importante porque elas possuem características específicas. 

“A Guarda Municipal de Vitória tem um efetivo muito experiente, que contribui muito para a segurança pública. O mesmo acontece com a guarda de Vila Velha. Além disso, elas contam com cinturões eletrônicos de monitoramento. São câmeras que vão ajudar muito no trabalho a ser realizado na força-tarefa”, apontou. 

Nos planos do superintendente, haverá uma participação efetiva de policiais federais de outros Estados. 

“Teremos sempre dois policiais federais em missão. Isso tudo vai agregar mais conhecimento sobre o crime organizado de outras regiões e suas ramificações como o agente de São Paulo que conhece o PCC ou o do Rio de Janeiro que está no combate ao Comando Vermelho, por exemplo”, explicou.

O superintendente detalhou que o trabalho integrado será feito num imóvel onde hoje está o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), em Vitória. 

“Já estamos licitando esta reforma. Os recursos serão todos da Polícia Federal bem como a disponibilidade dos mais modernos equipamentos de investigação”, informou. A idéia é que a força-tarefa comece a atuar a partir de dezembro deste ano.

A estrutura, segundo Ricas, terá cinco estações de trabalho. Todos os agentes vão trabalhar nas mesmas investigações. A dinâmica é cada que cada órgão de segurança com acesso aos seus sistemas de informações irá compartilhar com os demais. 

“Quando a gente coloca isso tudo integrado vai contribuir muito para que a gente seja bem-sucedido nas investigações”, acredita.

O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), enfatizou a importância de se trocar informações. 

“Muitas vezes, a instituição tem uma informação que não é compartilhada com outra instituição. Estando no mesmo ambiente de trabalho, tudo será compartilhado. Isso certamente irá gerar um número maior de apreensões de armas de fogo, de drogas, de material ilícito revertendo na melhoria de vida da população”, comemorou.

Até o fechamento desta matéria, tanto a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) e a Prefeitura de Vila Velha não haviam respondido se iriam aderir ao projeto. 

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Força-tarefa vai focar na descapitalização de organizações criminosas 

Na análise do superintendente, a força-tarefa também vai tentar combater a fonte financeira das organizações criminosas. 

Ele lembrou de casos recentes de advogados presos no Espírito Santo, que levavam recados para chefes do tráfico detidos em presídios na região metropolitana. 

“Isto reforça a necessidade de descapitalizarmos as organizações criminosas. Elas são muito mais complexas do que o indivíduo que vende uma pedra de crack. Ela conta com uma estrutura para lavagem de dinheiro, uma estrutura de apoio com advogados para fazerem essas defesas. Daí a necessidade de que gente descapitalize essas organizações criminosas senão elas continuarão atuando mesmo após seus líderes serem presos”, desenvolveu.

Ele disse que irá usar a parceria com a Receita Federal. “Em toda investigação de volume de crimes financeiros e evasão sobre divisas demandam quebra de sigilo fiscal, quebra de sigilo bancário e a gente da Polícia Federal tem o apoio da Receita”, descreve. 

Ricas disse que, por causa disso, os resultados podem não ser tão rápidos para a sociedade. 

“Apreensão de armas e drogas será imediata. A descapitalização vai demorar mais um pouco mas em seis meses já poderemos apresentar um resultado para a sociedade”, calculou.

* Com informações do repórter Alex Pandini, da TV Vitória/Record TV