Polícia

Homem é agredido durante assalto a ônibus em Vila Velha

Segundo a vítima, nenhuma testemunha ajudou e o motorista do transporte coletivo deixou-o sozinho em uma rodovia para procurar atendimento médico

Foto: Reprodução TV Vitória

Um homem de 54 anos foi assaltado na manhã desta sexta-feira (16) em um Transcol enquanto ia para o trabalho. Ele ficou com um grande ferimento na cabeça após levar várias coronhadas do assaltante. 

O motorista do transporte público onde o trabalhador estava deixou-o em um ponto de ônibus para procurar atendimento médico sozinho. A vítima contou que acorda diariamente às 4h da manhã para pegar o ônibus e chegar cedo no trabalho.

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O homem estava na linha 619, que saiu do Terminal de Itaparica e seguia para Ponta da Fruta. No Transcol, a vítima percebeu um comportamento estranho do suspeito.

“Ele tava andando dentro do ônibus pra lá e pra cá. Entrou fumando, o que não é normal, tava fumando dentro do ônibus. Na hora que ele puxou, deu o sinal pra descer, fiquei olhando pro chão do ônibus, pra não ficar de olho nele. Foi quando ele me pegou de surpresa”, disse.

Ao anunciar o assalto, o criminoso mostrou uma suposta arma. “Ele tava com uma réplica, ele só falou pra mim: ‘perdeu, perdeu’. Foi na hora que eu entrei em luta corporal com ele e não dominei ele, porque fiquei tonto na hora”, contou a vítima.

Durante o confronto, os passageiros apenas assistiam àquela cena sem ajudar a vítima, que achou que não resistiria. “Ninguém me ajudou, ninguém. A sensação que eu tive naquela hora, eu ia morrer”, disse.

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O motorista parou o coletivo no último ponto da Rua Vinte e Três de Maio, em Vila Velha, que fica em frente à Rodovia do Sol. Foi neste momento que o suspeito conseguiu roubar a mochila da vítima e desceu do veículo correndo.

Ao invés do motorista do Transcol parar o automóvel e chamar a polícia e o Samu para poder atender o homem ferido, ele seguiu direto e só alguns minutos depois prestou socorro à vítima.

“A porta do ônibus tava aberta, ele pulou embaixo e foi embora com minha bolsa, meu celular e mais R$ 140 que tava na capa do celular”, relatou.

O homem contou com a ajuda de um desconhecido. Segundo a vítima, o motorista abriu a porta e disse que ele podia atravessar, que do outro lado da rodovia tinha uma unidade de saúde no Morro da Lagoa.

A vítima contou que um pastor evangélico que estava no coletivo viu a situação e se dispôs a ajudar. Eles desceram na pista e atravessaram a Rodovia do Sol. “O pastor tinha acabado de entrar no ônibus e me ajudou a chegar em Ponta da Fruta. Ele me deixou na beira da BR, não me levou lá não”, disse.

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A conduta do motorista revoltou a família da vítima. “O procedimento que o motorista do Transcol fez foi errado, tinha que ter levado ele, tinha que ter voltado, já que ele tava muito próximo da UPA da Riviera, ele só tinha que fazer o retorno e deixar meu pai dentro da UPA ou ficar parado no local e chamar a polícia”, explicou a filha da vítima.

Além do transtorno com o motorista, a filha contou que precisou chamar a polícia na Unidade de Pronto Atendimento de Riviera da Barra.

“Fui atrás da assistente social, falei: ‘cadê o médico pra atender meu pai?’. Meu pai com o rosto todo sangrando, sujo de sangue ainda, não tinha aparecido nenhum profissional para limpar o rosto do meu pai. Ela falou assim: ‘ah, tem que esperar o médico. O médico não chegou ainda’. Uma técnica de enfermagem chamou ele da sala de procedimento e só limpou o rosto dele e mandou sentar lá de novo. Foi onde eu resolvi ligar pra polícia e de imediato chegou uma viatura”, contou a filha da vítima.

Uma foto tirada por passageiros que testemunharam o assalto, foi o único registro da réplica usada pelo criminoso que foi deixada para trás. Isso porque, segundo a vítima, o motorista do Transcol foi embora levando a arma falsa no ônibus.

Foto: Divulgação

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Após o crime, o horário da vítima mudará. “Agora eu vou sair mais tarde um pouco, não vou nesse horário mais não”, disse o homem.

“Se eu pudesse eu corria atrás pra poder botar eles na Justiça. Eu acho assim, a mesma coisa que foi com meu pai hoje, pode ser com qualquer um de nós amanhã. O motorista ali tá lidando com vidas”, desabafou a filha.

A Polícia Civil informou que o caso será investigado por meio da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra o Transporte de Passageiros (DRCCTP) e até o momento, nenhum suspeito foi detido. 

A produção da TV Vitória/Record TV entrou em contato com a GVBus para saber sobre a conduta do motorista, mas até o momento, não houve resposta. 

Já a Prefeitura de Vila Velha disse que o prontuário médico aponta o atendimento do paciente às 6h28, quando passou pela classificação de risco, seguindo protocolo de atendimento na rede pública. 

Após a conclusão de outro procedimento, o médico atendeu o paciente e realizou o procedimento. A direção da unidade informou que está sempre buscando realizar atendimento da forma mais breve possível.

*Com informações da repórter Nathália Munhão, da TV Vitória/Record TV