Um homem foi preso nesta quinta-feira (20), em Cariacica, no momento em que realizava um depósito bancário. O problema, segundo a polícia, é que esse depósito era para pessoas ligadas ao tráfico de drogas. Elias de Jesus, de 23 anos, foi detido por policiais da Delegacia de Tóxicos e entorpecentes (Deten) em um banco na BR 262, na altura de Jardim América.
De acordo com o delegado Fábio Pedroto, da Deten, os policiais voltavam de uma diligência de rotina, quando avistaram o suspeito e um comparsa, em uma moto. Segundo o delegado, eles estavam em alta velocidade e em atitude suspeita. “[Os policiais] fizeram o acompanhamento desses indivíduos, que pararam em frente a uma agência bancária e um deles ingressou nessa agência”, contou.
Segundo Pedroto, a polícia foi atrás do suspeito e percebeu o nervosismo de Elias no momento da abordagem. “Os policiais acompanharam e também ingressaram nessa agência, quando perceberam que o indivíduo, muito nervoso, tentava fazer depósitos de quantias significativas. Foi dada a voz de abordagem e o indivíduo não soube explicar a origem desse dinheiro. Ele foi encontrado com R$ 1.020, tentando depositar em contas de diversas pessoas”.
De acordo com o delegado, Elias disse, em depoimento, que o dinheiro seria depositado para um tio dele, que está detido em uma unidade prisional no Rio de Janeiro. A polícia agora investiga para quem seria feito o depósito.
No celular do suspeito, os investigadores encontraram conversas em um aplicativo de bate-papo, indicando a participação dele no tráfico de drogas, além de fotos com comprovantes de depósitos.
“Nós estamos trabalhando com duas possibilidades. Uma delas é a prática de extorsão através de telefone que, por vezes, acontece no interior de unidades prisionais. A outra tese que nós estamos analisando é que esse dinheiro seja proveniente do tráfico de drogas e ele era o responsável por efetuar depósitos. Inclusive ele mesmo disse que sua função na associação criminosa era apenas efetuar esses depósitos”, disse Pedroto.
No entanto, o que chamou a atenção da polícia, de acordo com o delegado, foi a comunicação de Elias com um detento. Fábio Pedroto, que é ex-agente penitenciário no Rio de Janeiro, diz que é comum telefones em presídios.
“Apesar dos esforços tecnológicos no sentido de colocar bloqueadores de sinais celulares nas unidades prisionais, alguns ainda conseguem burlar essa possibilidade e efetuar as ligações, trazendo uma grande intranquilidade para a sociedade. No Rio de Janeiro teve uma época em que era muito comum a extorsão telefônica”, lembrou.
Elias de Jesus, que possui diversas passagens pela polícia, foi encaminhado para o Centro de Triagem de Viana.