Um homem foi preso, acusado de intermediar a venda de remédios de tarja preta pela internet, sem o uso de receita médica. A prisão aconteceu na manhã desta quinta-feira (26), na casa do suspeito, Willian dos Santos Santana, de 28 anos, no bairro Jardim Carapina, na Serra.
De acordo com o titular da Delegacia de Crimes Eletrônicos, delegado Péterson Gimenez, o acusado fazia contato com os compradores por meio de grupos em redes sociais.
“Nesses grupos, ele se apresentava às pessoas como vendedor desses medicamentos. Ele dizia aos compradores que, assim que recebia o pedido e o dinheiro, entrava em contato com um médico psiquiátrica recém-formado, que forneceria a ele a receita para que pudesse comprar os remédios”, explicou o delegado.
Porém ao ser detido, segundo Gimenez, o acusado afirmou que atuava como um intermediador do negócio e que uma outra pessoa, que ele disse não conhecer, seria quem providenciava os remédios. Essa pessoa ainda não foi identificada pela polícia.
“Ele disse que acredita que essa pessoa seja de São Paulo ou da Bahia e que consegue esses remédios no Paraguai, já que lá seria mais fácil para conseguir comprá-los”, disse o delegado.
Ainda de acordo com Péterson Gimenez, Willian contou que sofria de déficit de atenção e percebeu uma melhora nos sintomas ao começar a tomar medicamentos de uso controlado. Em seguida, ele passou a procurar, nas redes sociais, grupos de pessoas que enfrentavam o mesmo problema.
“Ele percebeu que também havia pessoas nesses grupos que comercializavam esses medicamentos. Então, ao perceber que poderia lucrar com isso, entrou em contato com essas pessoas. Ele disse que só vendia Ritalina e lucrava R$ 30 com cada caixa do remédio vendida. Disse também que conseguia vender, em média, dez caixas por mês”, afirmou o delegado.
Anvisa
A polícia chegou até o acusado por meio de uma denúncia recebida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Assim que foi informada da prática ilegal, a agência solicitou auxílio da Polícia Civil do Espírito Santo.
Na casa de Willian, a polícia encontrou diversos remédios de tarja preta, como Ritalina e Rivotril. De acordo com Gimenez, não havia nenhum documento comprovando que os medicamentos haviam sido adquiridos de maneira legal. “Ele disse que todos os remédios foram comprados de forma lícita, porém não havia nenhuma receita que comprovasse tal afirmação”, destacou.
O acusado foi autuado por tráfico de drogas e associação ao tráfico. Ele foi encaminhado ao Centro de Triagem de Viana (CTV), onde ficará à disposição da Justiça.