Uma vendedora e a filha dela, de 11 anos, passaram por momentos de terror no apartamento em que moram em Vila Velha. Após usar drogas e álcool dentro de casa, o companheiro da vendedora a agrediu e a filha dela também. O rapaz foi detido, mas acabou solto menos de 24 horas depois; porque segundo a Justiça, ele não oferecia risco à sociedade.
As agressões começaram após o casal se desentender. O suspeito teria quebrado o combinado de não consumir álcool e nem usar drogas dentro de casa. Ao tirar satisfação com o rapaz, de 35 anos, a briga começou.
“Ele chegou aqui já fumando e a gente tinha um acordo. Eu disse que ele não ia entrar com um cigarro dentro da minha casa porque eu tenho uma filha e eu não gosto de cigarro. Eu falei sem brigar com ele e pedi para que ele saísse da minha casa e fosse para a casa da mãe dele. Nesse momento ele disse que só sairia dali com a polícia”, lembrou a vítima.
A mulher também contou que ele parecia estar fora de si. Com medo da situação, ela acionou a portaria do condomínio e pediu para que a filha se trancasse no banheiro. O homem decidiu reagir e pegou um martelo. Nesse momento, começaram as agressões.
“Ele ainda disse que depois de arrebentar a minha casa ele ia arrebentar o meu crânio, que iria me destruir. Antes de me bater, ele disse que ia me mostrar o que faria comigo e deu uma martelada na televisão”, relatou.
Tudo aconteceu por volta das 22 horas do último sábado (15) e ao perceber os gritos da mãe, a criança saiu do banheiro e implorou para que o padrasto parasse. A vendedora disse que a menina quebrou um dos dedos, após dar socos no suspeito.
Após os gritos e os pedidos de socorro, vizinhos e funcionários do condomínio foram para a porta do apartamento, mas ela estava trancada. Os vizinhos conseguiram arrombar a porta e segurar o homem, que foi levado para o primeiro andar e, em seguida, preso pela Polícia Militar.
Surpresa na delegacia
O casal foi encaminhado para o Plantão Especializado de Atendimento à Mulher. Assustada, a vítima solicitou medida protetiva contra o companheiro. Ela explicou que o suspeito foi o primeiro namorado dela, há 14 anos. O casal se separou, mas passado alguns anos eles se reencontraram e começaram um novo relacionamento, que completaria um ano nesta semana. Porém, segundo a vítima, o homem não é mais o mesmo.
“Com três meses de namoro a gente teve uma briga e foi onde eu fiquei com mais medo dele. Eu falei para ele que fiquei assustada e com medo, porque ele veio para cima de mim como se eu fosse um outro homem. Eu fui afastando e ele veio me peitando”, disse.
Após toda a confusão, a mulher tinha esperança de que o homem ficasse preso, mas em menos de 24 horas ele foi solto. Em audiência de custódia, a Justiça determinou a soltura do rapaz por ele não oferecer risco à sociedade, ter emprego e residência fixa.
Determinações da Justiça
Em vez de determinar a prisão preventiva do suspeito, a Justiça aplicou uma série de medidas cautelares como a proibição de sair da Grande Vitória sem autorização do juiz, comparecimento obrigatório em todos os atos do processo, atualização constante do endereço, proibição de frequentar bares, boates, prostíbulos e estabelecimentos semelhantes, além do recolhimento domiciliar das 20 às 6 horas.
Para a vítima foram concedidas medidas protetivas. Após a audiência, o suspeito está proibido de se aproximar dela e da filha e deve manter uma distância mínima de 500 metros, ele também é obrigado a sair da residência em que morava com a mulher, também está proibido de entrar na casa ou no local de trabalho dela ou mesmo entrar em contato com ela através de qualquer meio de comunicação e também está proibido de frequentar os mesmos locais que a vítima.
Caso o suspeito descumpra essas medidas, poderá ser decretada a prisão preventiva dele. Procurada pela reportagem, a família do homem não quis se pronunciar sobre o crime.
* Com informações da repórter Jéssica Cardoso, da TV Vitória/Record TV.