Polícia

Homem foi torturado e morto após cair no golpe do sexo em Vila Velha

Segundo a investigação da Polícia Civil, grupo criminoso já era investigado por aplicar golpes envolvendo serviços sexuais por todo o país

Foto: Montagem / Folha Vitória

Gilberto Ferraz de Sena Júnior, de 59 anos, é o homem encontrado sem vida em um apartamento alugado no bairro Jockey de Itaparica, em Vila Velha.  Ele morreu após ser vítima de um golpe envolvendo a contratação de serviços sexuais, segundo informações divulgadas pela Polícia Civil (PCES), em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira (22).

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Ainda de acordo com a investigação da polícia, o grupo que atuou, de maneira articulada, na aplicação do golpe do sexo e consequente morte da vítima inclui dois suspeitos do Estado, um de Brasília, no Distrito Federal, e outro de Londrina, no Paraná.

Utilizando a estratégia de oferecer programas sexuais com valores abaixo do que é cobrado por parte de quem oferece este tipo de serviço, mas aumentando o valor logo após atender as vítimas, o grupo é suspeito de aplicar o mesmo golpe em outras partes do país.

Vítima torturada após se negar a pagar valor dez vezes maior que o combinado

Ao detalhar a atuação dos criminosos no caso envolvendo a morte de Gilberto, o chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, delegado Tarik Souki, contou que a vítima foi ao encontro de um dos criminosos após ter combinado um programa sexual pelo valor R$ 100.

No entanto, depois de ter finalizado o atendimento, o suspeito afirmou que a quantia a ser paga, na verdade, deveria ser R$ 1 mil, dez vezes o combinado entre o criminoso e a vítima. A partir daí, conforme a polícia, os dois teriam começado a se desentender.

“A vítima chegou em um carro de luxo e eles identificaram o perfil financeiro mais alto. Na casa estavam três homens e uma transexual. Os três desceram, a vítima entrou para fazer o programa, como tudo estava combinado eles foram acionados, entraram na residência, ocorrendo uma discussão”, contou o delegado.

O delegado também disse que, após as discussões, a situação se desenrolou para para agressões e até mesmo tortura contra a vítima, o que resultou em sua morte. “Amarraram, amordaçaram, enforcaram, espancaram, torturaram de inúmeras maneiras: deram choque, esquentaram ferros e queimaram”, afirmou Tarik.

Após terem agredido e torturado a vítima, um dos suspeitos de participação no crime teria ligado para o irmão, pedindo ajuda para que o carro de luxo e um aparelho celular iPhone 14 que pertenciam a Gilberto fossem vendidos.

Envolvidos no crime identificados pela polícia:

Presos: 
-Simão Pedro de Novaes Brito, de 20 anos, preso em Venda Nova do Imigrante   
Foragidos: 
– Supeito (Brasília), 20 anos
– Suspeito (capixaba), 21 anos
– Samuel Novaes Brito, de 22 anos, preso em Vila Velha  
– Mulher trans (Joinville, Santa Catarina), 25 anos

Câmeras registram chegada da vítima ao local do crime

Imagens gravadas por câmeras de videomonitoramento da região, no último dia 18, mostram o momento em que Gilberto chega ao local alugado pelos criminosos para a aplicação de golpes. Veja abaixo:

Criminosos fugiram após a morte da vítima 

Após a morte de Gilberto, os criminosos decidiram deixar o corpo da vítima na residência no bairro Jockey. Câmeras de videomonitoramento também flagram os quatro suspeitos fugindo da residência às 18 horas. Veja as imagens: 

O delegado Tarik acrescentou que os quatro criminosos pegaram um veículo por aplicativo e seguiram para a Rodoviária de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Enquanto isso, o quinto investigado por suposta participação no crime permaneceu na casa de familiares no Espírito Santo. 

“Na segunda-feira já descobrimos onde estava a casa da mãe de um desses indivíduos, ela falou que ele esteve lá na casa. Entretanto, ela ligou para eles e avisou da polícia”, narra Tarik. 

Ainda conforme o delegado, os criminosos resolveram se separar em Minas Gerais. Um deles, ao não ter para onde ir, voltou para o Espírito Santo e tinha vontade de até mesmo fugir do país, ação que não foi executada. 

Um dos criminosos foi preso em Brejetuba 

Segundo o superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Espírito Santo (PRF), Wemerson Mário Pestana, a polícia entrou em contato com a gestão da PRF identificando inclusive a poltrona do homem que estava em Minas Gerais.

“Os nossos policiais foram até a localidade de Brejetuba para realizar a prisão. Também tínhamos a informação de que esse elemento iria usar o documento do irmão, o que realmente foi feito”, descreve o superintendente. 

Na ação, o suspeito foi retirado do veículo; apesar de inicialmente ter negado vínculo com o caso envolvendo a morte de Gilberto, ele terminou por admitir que havia participado de um crime e que era procurado pela Polícia Civil. 

Grupo atuava há algum tempo no Brasil 

Por fim, Tarik ressaltou que o grupo criminoso atuava há algum período no Brasil cometendo o mesmo tipo de crime. Além disso, os integrantes da quadrilha possuem passagem por extorsão, no Estado do Rio de Janeiro, além de também serem investigados no Espírito Santo. 

“Eles já foram investigados pela Delegacia Antisequestro do Espírito Santo. Tem um bom tempo que eles cometem esses crimes que envolvem tortura e extorsão, violentando, xingando”, descreve o delegado Tarik.

Em um dos crimes, uma das vítimas foi até mesmo gravada pelos criminosos. Até o momento ela não foi identificada pela Polícia Civil. 

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