Ataque em loja

Homem que assassinou vendedora a facadas na Glória morre em presídio

Wenderson Rodrigues estava preso pelo assassinato de Carla Gobbi Fabrete; morte foi confirmada pelas autoridades, que aguardam exames legais

Wenderson Rodrigues, acusado de matar Carla Gobbi Fabrete dentro de loja na Glória
Wenderson Rodrigues, acusado de matar Carla Gobbi Fabrete dentro de loja na Glória

Wenderson Rodrigues de Souza, preso acusado pelo assassinato da vendedora Carla Gobbi Fabrete, de 25 anos, no Polo de Moda da Glória, em Vila Velha, morreu neste domingo (30).

A informação inicial é de que ele teria passado mal dentro do presídio, por volta do meio-dia, foi socorrido, mas já chegou sem vida na Unidade de Saúde do Sistema Penal (USSP), no Complexo de Viana. A confirmação da morte de Wanderson é do secretário estadual de Justiça, Rafael Pacheco.

A Sejus também informou, por meio de nota, que Wenderson começou a passar mal e que internos que dividiam a cela com ele informaram aos policiais penais. “Imediatamente, ele foi socorrido por servidores para a Unidade de Saúde do Sistema Prisional, onde já chegou sem vida. A causa da morte ainda não está definida. A Sejus esclarece que todos os trâmites necessários estão em andamento na unidade, como comunicar o fato às autoridades policiais e de justiça”, explicou a secretaria, em nota.

Não há detalhes ainda sobre as circunstâncias nas quais o acusado pela morte de Carla foi encontrado. Mas a Polícia Científica informou, também por meio de nota, “que não foram identificadas marcas de violência ao exame inicial. Apenas após os exames será possível confirmar a causa da morte.”

O caso foi registrado, inicialmente, como morte a esclarecer e, segundo a Polícia Civil, “se o exame cadavérico confirmar morte violenta, o fato será investigado.”

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RELEMBRE O ASSASSINATO BRUTAL DA VENDEDORA

O crime que levou Wenderson à prisão aconteceu no dia 10 de março deste ano. Ele atacou Carla dentro da loja onde ela trabalhava. A vítima chegou a ser socorrida e passou por cirurgia, mas morreu no dia seguinte devido à gravidade dos ferimentos. No dia do crime, seria comemorado o mêsversário da filha de Carla, completando 2 anos e quatro meses. A família realizaria uma comemoração para a pequena Helena.

Foto: arquivo pessoal

Após cometer o assassinato, Wenderson tentou tirar a própria vida, mas foi impedido por agentes da Guarda Municipal, que o encaminharam ao hospital. Posteriormente, recebeu alta e foi transferido para o presídio.

A Polícia Civil concluiu em investigação anterior que Wenderson saiu de casa determinado a matar alguém. Ele foi autuado por feminicídio com duas qualificadoras: meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima.

Em coletiva de imprensa, a chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher, delegada Raffaella Aguiar, explicou que, segundo o demonstrado no interrogatório, a insanidade mental do suspeito é seletiva.

Ficou bem claro para a gente que a insanidade é seletiva. Todas as pessoas que conviveram com ele e que tivemos contato foram ouvidas e falam que ele é um rapaz muito esperto, que ele é inteligente, descreve a delegada.

Ainda segundo a delegada, o acusado tentou se utilizar da insanidade mental durante o interrogatório, até o momento em que foi questionado sobre a dinâmica e a motivação do crime. Nesse momento, segundo ela, ele solicitou a presença da defesa.

“A insanidade dele foi até o ponto em que o interrogatório começou a ser mais assertivo e indagá-lo acerca da dinâmica, da motivação. Ele falou que queria a defesa, que queria o defensor e que não ia falar mais”, explicou.

Escolha da vítima foi aleatória

Durante a coletiva, a delegada explicou que, para a polícia, a escolha da vítima foi aleatória, mas Carla teria sido definida como uma possível vítima pela vulnerabilidade, por ser mulher e estar sozinha.

“Ele saiu de casa determinado que ia matar alguém. Ele foi observando a região, quem seria a possível vítima, e aí foi nesse momento que a gente vislumbrou que ele realmente a escolheu dentro de uma aleatoriedade, mas pela sua vulnerabilidade naquele momento”, disse a delegada.