Um criminoso de 34 anos se disfarçou de morador de rua para matar um jovem de 18 anos, em Novo Horizonte, na Serra, mas errou o alvo. Na ocasião, um amigo do rapaz foi atingido e morreu no local. A vítima original, porém, perdeu o movimento das pernas.
O crime aconteceu na pracinha do bairro, na véspera do Dia das Mães do ano passado. Os detalhes da ação, porém, foram divulgados nesta terça-feira (6).
Segundo informações do chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori, George Augusto Rodrigues da Silva teria vestido um disfarce de morador de rua com o propósito de cometer um homicídio.
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“O suspeito do crime chegou na praça utilizando um disfarce de morador de rua, vestindo calça, camisa de manga comprida, boné, máscara e sacola de lixo nas mãos. Ao ver as vítimas, que estavam no meio da praça conversando, George foi em direção a elas. Quando chegou bem perto, pegou uma arma de fogo da sacola de lixo, apontou na direção da vítima sobrevivente e disse: ‘Não corre não!’ Foi nesse momento que ele efetuou seis disparos”.
Ainda segundo o delegado, o primeiro tiro, por erro de execução, atingiu o amigo da vítima, João Natalino, de 19 anos. João, que não era o alvo do criminoso, não resistiu e morreu no local.
“Os outros cinco atingiram a vítima sobrevivente no peito, no braço, nas costas e na parte de trás da cabeça. Ele foi socorrido e atualmente se encontra paraplégico”, complementou.
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Ainda segundo o delegado, o crime chama a atenção pela ousadia de George em atirar no meio de um local público.
“No meio de uma praça, com uma aglomeração de pessoas. Inclusive colocando em risco a vida de outras pessoas que estavam ali. Ele também teve a audácia de se disfarçar de morador de rua para despistar as pessoas, dificultar a investigação e se aproximar das vítimas sem que elas percebessem”, disse.
Disputa pelo tráfico de drogas
No dia do crime, viaturas da Polícia Militar estiveram na pracinha. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também esteve presente e realizou o atendimento. De acordo com a PM, a motivação do crime seria a disputa por pontos de tráfico de drogas.
“O suspeito do crime já tinha tido uma discussão com a vítima sobrevivente, 10 dias antes do crime, no mesmo local. Por isso, ele utilizou o disfarce para se aproximar sem que percebessem. O alvo do suspeito, na época do crime, gerenciava o tráfico de drogas da região de Inferninho, no mesmo bairro, enquanto o George atuava no tráfico de drogas das Cajazeiras e das Casinhas. O George cresceu o olho no ponto do rival e cometeu o crime para assumir o controle do tráfico na região”, explicou o delegado.
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Autoria negada
Ainda segundo a polícia, durante a oitiva, George teria confirmado a discussão que teve com o rapaz, alvo original, 10 dias antes da ocorrência. No entanto, ele negou a autoria do crime.
George Augusto, conhecido na região como Gorila e também General, acabou sendo preso quando saia de um hospital na Serra, em outubro de 2023.
“Nós temos provas suficientes do indício de autoria e participação do George no crime. No final da investigação, ele foi indiciado pelo homicídio qualificado pelo motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima, e também por tentativa de homicídio, com as mesmas qualificadoras. Ele já é réu em ação penal e se encontra à disposição da Justiça”, finalizou.
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*Com informações do repórter da TV Vitória / Record, Vitor Zucolotti