Polícia

Homem suspeito de forjar casamento com 12 esposas para dar golpe de R$ 8 milhões no Estado

Segundo a polícia, suspeito criou 12 pessoas fictícias e forjou o casamento com elas. Após a "morte" dessas pessoas, ele conseguia o benefício do INSS

Polícia Federal cumpriu um dos mandados de busca e apreensão em Guarapari Foto: Everton Nunes

A Polícia Federal cumpriu um mandado de prisão preventiva e seis de busca e apreensão durante uma operação, realizada nesta terça-feira (02), cujo objetivo foi desmontar um esquema fraudulento de recebimento de benefício previdenciário. Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido em Guarapari e os outros cinco no estado do Rio de Janeiro.

Segundo as investigações, que tiveram início há quatro meses, um homem criou 12 pessoas seguradas fictícias, realizando poucos recolhimentos previdenciários, e forjou o casamento com elas. Essas pessoas fictícias falsamente morriam e deixavam com o suspeito benefícios de pensão por morte previdenciária, concedidos no valor do teto da Previdência Social. 

Os benefícios rendiam a ele cerca de R$ 60 mil por mês. Ainda de acordo com a polícia, o esquema acontecia desde 2009 e já teria provocado um rombo de cerca de R$ 8 milhões ao INSS. Segundo a PF, se for considerada a expectativa de vida do fraudador, caso tais benefícios se mantivessem ativos, poderiam causar um prejuízo superior a R$ 15 milhões.

Ainda de acordo com as investigações, para viabilizar o esquema, foram utilizados inúmeros documentos falsos, como certidões de nascimentos, de casamentos e de óbitos, falsas identidades e comprovantes de endereços de fachada. Segundo a polícia, o esquema só foi possível graças à participação de uma servidora do INSS, que já foi demitida.

A Polícia Federal informou ainda que os responsáveis pela fraude responderão pelos crimes de falsificação e uso de documento público, falsidade ideológica, estelionato previdenciário e inserção de dados falsos em sistemas de informações da Previdência Social. Se condenados, eles poderão ser punidos com mais de 20 anos de prisão.

A operação, deflagrada em conjunto com a Força Tarefa Previdenciária e o Ministério Público Federal, foi batizada “Ghost Hunters” porque, segundo a PF, os benefícios fraudados eram concedidos com base em segurados fantasmas.