Leonardo Luz Moreira, o falso médico acusado de matar uma menina de 10 anos em um hospital de São Mateus, na região Norte do Estado, foi condenado a 33 anos e 11 meses de prisão.
Além da condenação, o falso médico também deverá pagar uma indenização de R$ 300 mil para a família da vítima.
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Leonardo foi a júri popular realizado nesta quinta-feira (27) na mesma cidade onde o crime ocorreu. O julgamento foi encerrado por volta de 20h07, cerca de 12 horas após o início.
O réu foi condenado pelos crimes de homicídio qualificado, exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica. O caso aconteceu em janeiro de 2021, quando atuava ilegalmente como médico no Hospital Estadual Roberto Arnizaut Silvares, em São Mateus, ele já deixou o fórum preso.
Veja as condenações
O falso médico recebeu pena de 30 anos pelo crime de homicídio qualificado, outro ano por exercício ilegal da medicina e mais dois anos e 11 meses por falsidade ideológica. Ele cumprirá a pena inicialmente em regime fechado, sem o direito de recorrer em liberdade.
Na última segunda-feira (24), a mãe da vítima, Alessandra Ferreira Marcelino, se pronunciou sobre o caso e pediu justiça para a filha.
Durante todos esses quatro anos, temos lutado por justiça. A nossa incessante luta por justiça é para que nenhuma família e nenhuma criança venha passar por esse sentimento de dor. Nós cremos, primeiramente, em Deus, e temos fé, acreditando na condenação do réu, disse.
Relembre o caso
O falso médico foi preso no Paraguai após descumprir uma determinação judicial.Os crimes foram praticados em janeiro de 2021. Na época, ele chegou a ser preso em uma operação da Polícia Federal.
Em 2023, o falso médico foi denunciado pelo MPES. Segundo o Ministério Público, foi necessário maior tempo para conclusão do inquérito policial, em razão da complexidade do caso e da necessidade de realização de diversas diligências.
O órgão pediu a prisão preventiva de Leonardo. O pedido foi negado sob o argumento de não estar presente o requisito da contemporaneidade com os fatos.
Em julho de 2024, foi realizada a audiência de instrução. O interrogatório de Leonardo foi realizado por videoconferência, porque o acusado alegou não conseguir comparecer presencialmente por residir no Sul do país.
Após a expedição de mandados de intimação para o local por ele informado e constatada a ausência de Leonardo Luz Moreira no endereço, foram realizadas pesquisas e diligências pelo Ministério Público.
Os investigadores descobriram que o réu estava matriculado e frequentava presencialmente um curso de medicina em uma universidade na cidade de Saltos del Guairá, no Paraguai.
Após a prisão, ele passou por audiência de custódia. A prisão foi mantida pelo Juízo da 1ª Vara Criminal de São Mateus.