Apontado como um dos criminosos mais procurados do Espírito Santo, Telles Tongo Almeida, de 25 anos, é suspeito de ter participado de um homicídio tentado e um consumado, há cerca de dois anos, na Praia do Suá, em Vitória. O acusado foi preso na manhã desta terça-feira (12) no bairro da Penha, também na capital.
De acordo com a delegada adjunta da Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) de Vitória, Nicolle Santiago Silveira, Telles participou do assassinato de Leandro Santana, de 32 anos, ocorrido no dia 25 de maio de 2014. Por conta desse crime, a Justiça expediu um mandado de prisão contra o suspeito.
A vítima teria sido morta por ter reclamado da presença de traficantes vendendo drogas na porta da casa onde morava, no morro de Santa Helena. Na ocasião, outra pessoa, identificada como Jane Kelle de Carvalho Acker, de 33 anos, também foi baleada.
“As vítimas estavam questionando os traficantes sobre a venda de drogas na porta da casa delas e acabaram sofrendo uma emboscada. Leandro estava em uma moto quando foi atingido por cinco disparos e morreu. Já a outra vítima levou quatro tiros”, contou Nicolle.
Cerca de dois meses após o crime, um dos supostos comparsas de Telles foi detido em casa, no bairro Itapoã, em Vila Velha. O suspeito foi identificado como Harley Monteiro de Souza, de 20 anos.
Homicídios
De acordo com Nicolle Santiago, Telles também está sendo investigado por um assassinato em Aracruz, no norte do Estado, e por um duplo homicídio, ocorrido no dia 13 de outubro do ano passado, no Morro da Garrafa, em Vitória. O crime teria ocorrido pela disputa por pontos de vendas de drogas na região.
Segundo as investigações, o suspeito fazia parte de um grupo denominado “Trem-Bala”, que dominava o tráfico de drogas no Morro da Garrafa. Ele foi autuado por porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas.
Prisão
Telles Tongo de Almeida foi preso na região do Beco 2, no Bairro da Penha, durante uma operação da DCCV de Vitória, com o apoio da Polícia Militar.
Segundo a polícia, no momento da prisão ele estava armado e tentou disparar contra os policiais. No entanto, a arma estaria carregada de forma errada e, por isso, não funcionou.
Além da pistola, o suspeito estava com um rádio comunicador e, próximo a ele, foram encontrados cerca de 20 pequenos tabletes de maconha. De acordo com o tenente Joilson, que participou da ação, no momento da prisão o acusado tentou fugir correndo, mas foi alcançado pelos militares. Telles foi encaminhado para o Centro de Triagem de Viana (CTV).
Em entrevista à TV Vitória, o suspeito negou todas as acusações. “Isso é uma injustiça, eu não matei ninguém. Sou pai de família, como qualquer um de vocês, tenho filho. E eu posso provar minha inocência. Mas vou deixar nas mãos de Deus. Ele é o juiz”, afirmou.
Telles ainda contou que esteve preso em 2013, mas passou a trabalhar após deixar a cadeia. “Comecei a trabalhar de carteira assinada e tudo. Aí mataram alguém no Morro da Garrafa e botaram a culpa em mim. A partir disso comecei a viver como foragido, porque não queria ser preso. Eu sei como a justiça é falha. Tranca a gente anos e anos e depois diz se a pessoa é inocente ou culpada. Eu só estava tentando aproveitar o maior tempo possível com meus filhos e minha família”, explicou.
Questionado sobre o fato de estar armado no momento da prisão, o suspeito disse que havia adquirido a pistola como forma de proteção. “Minha favela tem muita guerra e eu tenho medo de algum inimigo invadir o morro e tentar me matar. Mas não tenho problema com ninguém, sou sujeito homem”, disse.