Um jovem cego, de 24 anos, foi preso nesta terça-feira (8) suspeito de atear fogo na própria casa, em Vitória. De acordo com a mãe de Thiago dos Santos Rufino, essa não foi a primeira vez que ele tentou matar a família. Ela o acusa de agressão e tentativas de homicídio. O sofrimento, segundo ela, começou há nove anos.
“Ele já me jogou embaixo de carro, já me sufocou, me jogou desmaiada, já me deu golpe para matar, me deu socos, muita coisa”, contou a mãe do jovem.
Na noite da última segunda-feira (7), a mãe estava deitada na cama e o irmão do suspeito em um colchonete no chão. Eles perceberam uma movimentação estranha de Thiago pela casa. Quando ele passou pelo corredor, os dois se assustaram com um pedaço de pano na mão de Thiago que estava em chamas. O irmão pegou uma garrafa de água, arrombou a porta do quarto do jovem e conseguiu apagar o principio de incêndio.
“Eu estava no quarto dormindo quando escutei o barulho do fogão. Achei que ele estava esquentando comida, mas quando ele passou pelo corredor eu vi uma claridade e chamei meu outro filho. Thiago levantou o colchão e colocou fogo na cama dele”, disse a mãe.
Thiago acabou preso e levado para a Delegacia da Mulher, em Vitória. A mãe disse que os problemas começaram quando o rapaz tinha 15 anos e se envolveu com o tráfico de drogas. “Ele começou como mula, como eles chamam quem vende. A polícia pegava, mas o juiz dava chance, porque ele era menor. Eu tentava ajudar, mas ele ia se envolvendo cada vez mais”.
Segundo a mãe, aos 18 anos, o jovem foi preso após um assalto e ficou quatro anos na cadeia. Lá dentro se envolveu em uma briga e alguns detentos jogaram ácido no rosto do rapaz, que ficou completamente cego. Após isso, a Justiça decidiu liberar Thiago para voltar para casa.
Ele foi autuado por ter causado o incêndio, por ameaça e por desacato, já que xingou os policiais militares que atenderam a ocorrência. No começo da manhã ele foi levado para o Departamento Médico Legal, onde fez o exame de corpo de delito, antes de ir para o presídio. Ele disse para a polícia que fez isso por achar que uma ex-namorada estava no quarto dele.