A jovem assassinada a golpes de canivete pelo próprio namorado, na madrugada de quarta-feira (17), no bairro São Marcos II, na Serra, foi morta após uma discussão com o suspeito. De acordo com a polícia, Willian Douglas Soares Rodrigues, de 28 anos, descobriu que Carla Cristina Rangel Rodrigues, de 25, estava conversando com um ex-namorado, por meio de uma rede social, e achou que ela estivesse o traindo.
O crime aconteceu no meio da rua, próximo à casa do suspeito, onde os dois estavam quando a briga começou. Carla foi assassinada com dois golpes de canivete e morreu minutos depois. O crime foi presenciado pela sogra da vítima e pelo filho do casal, uma criança de 1 ano de idade.
Segundo a titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), Raffaella Almeida de Aguiar, Willian era muito ciumento e, inclusive, proibia a vítima de ter redes sociais.
“O crime foi motivado por ciúmes. Na data de ontem, ele descobriu que ela estava tendo redes sociais, a forçou a fornecer as senhas e descobriu que ela estava tendo conversas com um ex-namorado. Então ele acredita que ela estava o traindo e começou uma discussão e, com essa discussão, ele a tirou forçadamente de dentro da casa. A sogra ainda, com o filho do casal, de 1 ano e 3 meses, tentou apaziguar a situação, mas ele, durante o trajeto de tirá-la de casa, pegou premeditadamente um canivete e cravou no peito da vítima, fazendo o filho e a sogra verem ela morrendo na frente deles”, disse a delegada.
Após o crime, Willian tentou fugir, mas foi encontrado pela Patrulha Rural da Polícia Militar, cerca de quatro horas após o crime, em uma localidade conhecida como Morro do Céu, na zona rural do município. Ele estava sentado em um pasto quando foi visto pelos policiais.
“Pelas características, parece que ele estava esperando amanhecer para, em seguida, tomar um destino que, em princípio, não era conhecido das equipes policiais. Durante a madrugada, ele começou a se deslocar para essa propriedade e foi aí que ele foi percebido por esses funcionários, que abordaram ele”, contou o capitão Cardoso, da Polícia Militar, que participou da prisão do suspeito.
O policial disse ainda que Willian estava abalado no momento da prisão e não ofereceu resistência. Segundo o PM, o rapaz confessou o crime e admitiu que tinha muito ciúme da vítima. Em determinado momento, o suspeito contou que, durante algumas brigas do casal, Carla chegava a insinuar que o filho deles não era de Willian.
“Ele relatou que estaria muito abalado emocionalmente. Inclusive ele próprio informou que cometeu o crime e informou as razões: o ciúme, os desentendimentos que eles tinham e que eram rotineiros. Relatou também um fato que chamou atenção, que o casal tinha um filho e, durante as brigas, parece que a vítima falava ‘esse filho não é seu’ e ele ficava com muita raiva. Daqui a pouco, ela falava que estava brincando. Então isso tudo foi somando e ele cometeu esse ato durante a madrugada”, relatou Cardoso.
Willian foi levado para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Vitória, onde prestou depoimento. De acordo com a Polícia Civil, ele foi autuado em flagrante por feminicídio.
Enterro
O corpo de Carla Cristina foi sepultado no final da tarde desta quarta-feira, no cemitério São Domingos, na Serra. Parentes da vítima contaram que o casal estava juntos há cerca de cinco anos e que o relacionamento deles era conturbado e marcado por muitas brigas.
Carolaine Rodrigues, irmã de Carla, revelou que a vítima havia perdido um bebê há cerca de duas semanas e que, por isso, estava de resguardo e muito abalada com a situação. Ela disse ainda que a irmã queria terminar o relacionamento com o suspeito.
De acordo com a delegada da DHPM, a própria mãe de Willian aconselhava a vítima a terminar o namoro. “Inclusive a sogra, em seu depoimento, narra que ela já vinha tentando convencer a vítima a terminar o relacionamento, já que ele já praticava várias violências contra a vítima. Mas ela não terminou e nem procurou nenhuma delegacia”, frisou Raffaella.
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