O laudo pericial informou que o jovem Diego Cajueiro, de 25 anos, morreu em decorrência de traumatismo craniano após se envolver em uma confusão com policiais militares durante o Carnaval na Barra do Jucu, em Vila Velha.
O jovem morreu no Hospital São Lucas, em Vitória, após ser levado desacordado e algemado dentro do camburão da Polícia Militar.
De acordo com a certidão de óbito, que a TV Vitória/Record teve acesso, Diego morreu por complicações de hemorragia, traumatismo craniano e golpes contundentes.
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Familiares e amigos se despediram de Diego nesta segunda-feira (4), durante o velório realizado em uma igreja evangélica no bairro Barramares, também em Vila Velha.
A irmã dele, Gisele Cajueiro, afirmou que Diego apresentava apenas lesões na cabeça, sem sinais de agressões em outras partes do corpo.
Mas, segundo ela, o laudo apontou que ele sofreu várias pancadas no mesmo local, o que teria provocado uma fissura no crânio.
Meu irmão estava algemado e não tinha como se defender. Ele foi espancado até a morte, declarou.
O caso ocorreu durante a folia na Barra do Jucu. De acordo com a versão da família, a confusão começou quando policiais militares xingaram o marido de Gisele. Diego teria entrado para defendê-lo e, a partir desse momento, iniciou-se um confronto.
Imagens registradas durante o incidente mostram policiais disparando balas de borracha e pessoas correndo do local.
A viatura vai até o final da rua e logo depois os policiais voltam e uma discussão tem início, momento em que começa a briga.
“O policial passa e xinga o meu irmão, e o meu irmão revida o xingamento com um palavrão. A viatura vai até o final da praça da Barra do Jucu, retorna. O policial desce e desfere um tapa no rosto do meu cunhado”, disse Gisele.
Confusão e balas de borracha
Segundo pessoas que estavam na rua no momento da confusão, houve agressões físicas de ambas as partes e um dos policiais teria utilizado balas de borracha para dispersar a briga.
Segundo a irmã de Diego, o cunhado foi atingido por seis tiros e o irmão teria corrido para se esconder.
O meu cunhado foi para cima do policial, o policial foi para cima do meu cunhado, os dois começaram a brigar. Nesse momento desceu outro policial com o cassetete, foi para cima do meu cunhado e meu irmão entrou no meio. E aí veio outro policial, com uma arma de balas de borracha e desferiu seis tiros no meu cunhado. No meio da briga o meu cunhado saiu correndo para a pracinha da Barra do Jucu e meu irmão correu ao contrário, relatou.
Jovem foi espancado, afirma irmã
Ainda segundo a irmã da vítima, Diego teria corrido pela calçada e foi perseguido pelos policiais, que teriam encurralado e agredido o rapaz.
“Ele correu na calçada, tropeçou na bicicleta. Os policiais alcançaram meu irmão, correram para atrás de uma Kombi e começaram a bater no meu irmão. Eles cercaram para ninguém chegar perto. Eles prenderam meu irmão, colocaram Diego na viatura e levaram para o hospital”.
Como estava com um corte na cabeça, o jovem foi colocado na viatura e levado a um hospital de Vila Velha. No entanto, por conta da gravidade dos ferimentos, precisou ser transferido para o São Lucas, em Vitória.
Ainda segundo a família, Diego teria dado entrada no hospital ainda consciente e andando. Ele chegou a receber pontos na cabeça, mas acabou não resistindo aos ferimentos.
PM alega que jovem teria tentado tomar arma de policial
A Polícia Militar afirmou que, durante a confusão, Diego teria tentado puxar a arma de um policial e foi contido por um segundo militar, que teria utilizado um bastão para evitar a agressão do jovem.
Em seguida, o rapaz teria sido imobilizado. Houve tumulto e a PM informou que utilizou gás lacrimogêneo e balas de borracha. Como o rapaz estava machucado, foi levado ao hospital, mas não resistiu.
A Polícia Civil informou que o corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), da Polícia Científica, para ser identificado e para ser feito o exame cadavérico.
Ainda segundo a Polícia Civil, apenas após os exames será possível confirmar a causa da morte. As circunstâncias do fato serão investigadas.
*Com informações da repórter Thainara Ferreira, da TV Vitória/Record.