A Justiça autorizou que o empresário Sérgio Magalhães Gaudio, de 77 anos, condenado a 21 anos e 10 meses de prisão pelo assassinato da então companheira, Vanuza de Barros, cumpra a pena, temporariamente, em prisão domiciliar. Ele será monitorado por meio de tornozeleira eletrônica.
A liminar foi concedida, no último sábado (19), pelo desembargador de plantão Ney Batista Coutinho, do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), que acatou um pedido de habeas corpus feito pela defesa do empresário.
A defesa havia alegado que Sérgio Magalhães Gaudio tem problemas de saúde e, junto ao pedido, apresentou laudos e receituários médicos, o que foi aceito pelo desembargador plantonista.
A decisão é provisória e poderá ser reavaliada quando houver a análise do mérito. Durante a prisão domiciliar, o empresário terá de cumprir uma série de medidas restritivas, como não poder sair de Vitória e se apresentar periodicamente à Justiça.
Empresário é acusado de ser o mandante do crime
Sérgio Magalhães Gaudio foi condenado, na última sexta-feira (18), por feminicídio triplamente qualificado, em virtude do assassinato de sua então companheira, a esteticista Vanuza de Barros, morta no dia 31 de outubro de 2001. O júri popular foi realizado no Fórum Criminal de Vitória, no Centro da Capital.
Ele é acusado pelo Ministério Público Estadual (MPES) de ser o mandante do crime. A vítima foi atingida por dois tiros quando deixava a clínica de estética onde trabalhava, em Jardim Camburi, Vitória.
Na época, o empresário era dono de um posto de combustíveis localizado no bairro Boa Sorte, em Cariacica. Segundo o Ministério Público, ele mantinha um relacionamento possessivo e violento com a vítima havia quase dois anos e, cerca de um mês antes da morte da companheira, descobriu um caso de infidelidade.
Após a descoberta, o empresário teria feito um seguro de vida para ela, constando como único beneficiário. Depois do crime, Gaudio chegou a entrar na Justiça para receber o valor do seguro.
Desde o início das investigações, o empresário foi apontado como principal suspeito de arquitetar o crime. O posto de gasolina dele era considerado o ponto de encontro de pistoleiros, acusados de diversos crimes.
O caso teve uma reviravolta quando foram apreendidas duas armas com o sócio do denunciado. O exame de balística comprovou que uma delas foi utilizada para assassinar a vítima e, com isso, o empresário foi indiciado como mandante do feminicídio.
Após a pronúncia do réu, a defesa dele interpôs diversos recursos no Tribunal de Justiça e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, de forma a protelar o processo.
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