Polícia

Justiça do ES mantém prisão de homem que matou namorada e escondeu corpo em caixa d'água

Em decisão desta quarta-feira (15), o magistrado destacou frieza do crime e conduta do investigado

Foto: Reprodução/ WhatsApp

O juiz Thiago Balbi da Costa, da Comarca de Colatina, no Noroeste do Estado, decidiu converter em preventiva a prisão em flagrante de Fabrício Gomes da Silva Júnior, de 25 anos, após audiência realizada na tarde desta quarta-feira (15), durante o plantão judiciário.

Fabrício foi preso em flagrante na última segunda-feira (13), após confessar ter matado Thalita Vitória Barbosa, 20, e escondido o corpo da vítima em uma caixa d’água. A jovem era namorada do assassino, de acordo com o inquérito policial que investiga o caso.

Apesar de  Fabrício ter sido preso em flagrante na segunda-feira, por ocultação de cadáver, o assassinato de Thalita aconteceu na última sexta-feira (10), no bairro Honório Fraga, também em Colatina. Indiciado pelo crime, ele disse ter estrangulado sua então namorada durante uma discussão entre o casal.

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Para fundamentar a sua decisão o juiz rememora as circunstâncias em que o crime ocorreu, bem como a maneira como o corpo da jovem foi encontrado. Após discorrer sobre o caso, no termo de audiência de custódia, o magistrado diz que a conduta de Fabrício foi “extremamente repugnante”, gerando revolta na cidade.

“Neste contexto, verifico a necessidade da imposição da segregação cautelar, uma vez que presente os indícios de autoria e materialidade. A conduta do autuado é extremamente repugnante, e gerou grande revolta na cidade. O auto de prisão em flagrante delito indica a periculosidade em concreto da conduta do autuado, que após uma discussão com sua companheira, a enforcou e a jogou em uma caixa d’água”, afirma o magistrado no documento.

Ao final do texto da decisão, o magistrado responsável pela audiência de custódia de Fabrício cita a frieza do indiciado na condução do crime.

“Sendo assim, considerando a reprovabilidade e a frieza da conduta do autuado, em que pese a sustentação legal feita pela defesa, entendo que a decretação da prisão é medida necessária e adequada no presente caso, até que o Juízo competente possa reavaliar a situação do autuado”, conclui o juiz.

A reportagem do Folha Vitória, que teve acesso ao termo de audiência de custódia, não conseguiu localizar a defesa de Fabrício para comentar a manutenção de sua prisão pela Justiça. O Espaço segue aberto para as devidas manifestações.

Corpo de jovem foi descoberto após polícia ser acionada

Na manhã da última segunda-feira a Polícia Militar foi acionada após moradores do condomínio onde Fabrício morava terem ligado para o Ciodes e relatado que havia um odor estranho vindo do reservatório. 

Além disso, disseram que a água apresentava coloração avermelhada quando ligavam a torneira ou davam descarga. Os policiais encontraram o corpo dentro da caixa d’água.

No dia em que foi preso, Fabrício contou aos policiais que a briga que culminou no assassinato de Thalita aconteceu enquanto os dois usavam drogas dentro do apartamento dele.

Ele ainda disse que havia vendido uma botija de gás para comprar pedras de crack. Durante o uso da droga, a vítima teria pego 20 pedras e queria levar para outro local, o que teria provocado o desentendimento.

“Eles tinham um relacionamento há mais de dois meses e usavam drogas juntos. Em determinado momento, na tarde de sexta-feira, ela tentou pegar umas pedras que ele comprou com o dinheiro da venda da botija de gás e sair da casa para usar em outro local. Nesse momento, iniciou um desentendimento, em que ele asfixiou e matou a namorada, e colocou o corpo dentro da caixa d’água. Essa foi a versão que ele apresentou”, frisou o capitão Balbino, do 8º Batalhão da Polícia Militar, no dia em que Fabrício foi preso.

De acordo com a polícia, os dois têm passagens pela Justiça por envolvimento com o tráfico de drogas. 

A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) foi procurada para mais informações acerca da manutenção da prisão de Fabrício, e informou que ele permanece no Centro de Detenção Provisória de Colatina.