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Estão sendo julgados nesta quinta-feira (27) os dois acusados de cometerem o assassinato de um casal e do filho deles na Praia do Morro, em Guarapari, no ano de 2005.
O crime, segundo as investigações, teria sido motivado por um jogo de Role-Playing Game (RPG), modalidade em que os jogadores assumem personalidades fictícias em uma trama vivida como se fosse a realidade. Um dos acusados estaria participando do jogo junto com o filho do casal.
Foram assassinados um aposentado, a esposa dele, que trabalha como corretora de imóveis, e o filho, identificado pelas siglas T.A.G. Segundo os policiais, os assassinos teriam utilizado um revólver calibre 32 para cometerem o crime. O item teria sido comprado pelos acusados dois meses antes dos homicídios.
Abril de 2005
Um dos indivíduos, identificado pelas iniciais M.V.M, teria chegado na residência das vítimas por volta das 20h30. O criminoso teria sido recebido na porta pelo aposentado e pela corretora de imóveis, que autorizou a entrada do rapaz. O homem já era conhecido das vítimas, pois era amigo do filho do casal há três anos e estaria acostumado a pernoitar na casa.
O criminoso então se dirigiu ao quarto do filho do casal, que não estaria no local no momento. O rapaz chegou logo em seguida. Na sequência, teria chegado à residência o segundo denunciado, identificado pelas siglas R.R.R. Essa seria a primeira vez que ele entrava na casa das vítimas.
Segundo o inquérito, eles teriam então dado início a um jogo de RPG com roteiro inventado pelos rapazes. A regra, de acordo com a acusação, era que T.A.G. e sua família deveriam morrer. A prova disso, segundo os investigadores, é que os acusados foram para a casa da família já portando um revólver.
O crime
Depois de iniciado o jogo, ainda de acordo com o inquérito, M.V.M e R.R.R. teriam concretizado o plano que tramaram antes. Primeiramente, eles tomaram de T.A.G. o cartão de crédito e a senha. Em seguida, o réu M.V.M. teria se dirigido ao caixa eletrônico e efetuado um saque no valor de R$ 1 mil da conta de T.A.G., passando, em seguida, em uma farmácia para comprar o psicotrópico. Logo após, ele retornou à casa das vítimas.
Utilizando o revólver, os réus teriam rendido os pais de T.A.G., que estavam na sala, vendo televisão, amarrando as mãos deles e os obrigado a ingerir os comprimidos de psicotrópico com água. Em seguida, teriam passado fita adesiva na boca das vítimas para evitar que gritassem e vomitassem o remédio que engoliram. O filho do casal teve também as mãos amarradas para trás, e foi igualmente obrigado a ingerir os comprimidos com água. Ele então foi levado para o quarto dele, onde deitou na cama.
“Assim, estando as três vítimas impossibilitadas de se defenderem, pois estavam dormindo, foi fácil ceifar-lhes as vidas. Enquanto M.V.M assistia, R.R.R. desferiu-lhes os tiros nos ouvidos direitos. A execução foi praticada de modo igual: todos os tiros foram dados da mesma forma, no mesmo local do corpo, sendo que T.A.G., como estava custando a morrer, recebeu dois tiros”, destacou o MPES na denúncia, segundo exposto no site do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES).
Julgamento
Os réus foram pronunciados e serão julgados pelo Tribunal do Júri, como incursos nas penas do artigo 121, § 2º, I e IV por 3 (três) vezes, e no artigo 155 § 4º, IV por 7 (sete) vezes, ambos do Código Penal.