Polícia

Justiça mantém lideranças do Primeiro Comando de Vitória em presídios federais

O Ministério Público do Espírito Santo solicitou a renovação da inclusão de cinco investigados no Regime Disciplinar Diferenciado. Os suspeitos vão permanecer em presídios federais por, pelo menos, mais um ano

Foto: Folha Vitória

Carlos Alberto, Geovani de Andrade, Giovani Otacilio, João de Andrade e Pablo Bernardes vão continuar em presídios federais

Uma decisão da 10ª Vara Criminal de Vitória renovou a inclusão das lideranças do Primeiro Comando de Vitória, também conhecido como “Trem Bala”, no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Com isso, os cinco suspeitos vão permanecer por, pelo menos mais um ano, em presídios federais.

Em julho do ano passado, os suspeitos presos na “Operação Armistício” deixaram a penitenciária de Viana e foram transferidos para presídios federais

O regime é aplicado aos presos que, no intendimento da Justiça, colocam em risco a segurança e ordem do sistema prisional ou da sociedade. A medida é destinada aos internos que, mesmo presos, podem participar de organizações criminosas.

A permanência de Carlos Alberto Furtado da Silva, João de Andrade, Geovani de Andrade Bento, Giovani Otacilio de Souza e Pablo Bernardes no regime diferenciado foi solicitado pelo Ministério Público Estadual (MPES).

As defesas de todos os acusados queriam que o pedido fosse negado. Os advogados de Geovani, João, Giovani e Pablo chegaram a pedir a transferências deles ao sistema prisional capixaba. 

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O juiz Gustavo Grillo Ferreira, no entanto, acatou a solicitação do MPES. Na decisão,  o magistrado destacou que os cinco acusados expediam ordens e eram comunicados de todos os atos externos da facção.

“Os acusados incluídos no RDD são lideranças da organização criminosa Primeiro Comando de Vitória ‘Tudo 12/Trem Bala’ (TB). Eles expediam ordens e eram comunicados de todos os atos externos da facção, mesmo estando encarcerados em presídios de segurança máxima do Espírito Santo. Tais comunicações eram realizadas através dos atendimentos jurídicos realizados por advogados aos acusados”. 

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O juiz argumentou que a custódia dos acusados nos presídios capixabas não surtiu o efeito necessário para acabar com os crimes praticados pelo grupo. 

“A organização criminosa intitulada PCV/Tudo12/Trem Bala ainda não foi completamente desmantelada. Em verdade, as autoridades locais continuam investigando o alcance dos atos criminosos cometidos por seus faccionados, havendo indícios de que haja a integração de ao menos dez mil integrantes e que tenha ramificações por todo o Estado”. 

O outro lado

A reportagem do Folha Vitória não conseguiu localizar os advogados de defesa dos investigados. O espaço segue aberto caso queriam se manifestar sobre a decisão da Justiça.

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Foto: Thiago Soares/ Folha Vitória
Gabriel Barros Produtor web
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Graduado em Jornalismo e mestrando em Comunicação e Territorialidades pela Ufes. Atua desde 2020 no jornal online Folha Vitória.