Crea-ES vistoria elevador que parou no teto de prédio de 10 andares em Vitória

Três representantes do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES) estiveram no Edifício Março, no Centro de Vitória, onde um elevador disparou na noite de terça-feira (13) e parou no teto do prédio de 10 andares. A análise preliminar aconteceu na tarde desta quinta-feira (15).

“Foram retirados do elevador, pela empresa que detém o contrato de manutenção do equipamento, componentes mecânicos, eletromecânicos e eletrônicos para que seja feita uma perícia técnica. A análise deve ser realizada por uma empresa ou engenheiro(a) devidamente registrado no Crea. O laudo costuma ser finalizado em menos de um mês”, explicou Igor Trancoso Dadalto, engenheiro mecânico e de Segurança do Trabalho/Crea-ES.

A equipe do órgão de fiscalização também visitou a casa de máquinas, o poço do elevador e coletou informações sobre a documentação do elevador, que permanece em manutenção.

A anotação de responsabilidade técnica do profissional de manutenção do elevador (ART), o relatório de inspeção anual (RIA) e o alvará de licença do equipamento estão na validade, porém, de acordo com o engenheiro do CREA-ES, há indícios de inconsistências.

“A periodicidade da ART e do alvará de funcionamento do elevador não bate. A atual empresa responsável pela manutenção do equipamento foi contratada há dois meses e está devidamente regularizada no CREA-ES, assim como a que prestava o serviço antes. Ocorre que a previsão de término da ART emitida pela empresa anterior é julho de 2024 e no alvará de funcionamento emitido pela prefeitura está setembro de 2024. Normalmente, os dois documentos caminham juntos, com mesmo prazo de validade. O setor de fiscalização do CREA-ES averigua toda a documentação”, destacou Igor Trancoso Dadalto.

O engenheiro lembrou que o Crea-ES tem um canal de denúncias no site do órgão. As pessoas podem entrar em contato caso existam indícios de que os elevadores não tenham empresas ou profissionais devidamente habilitados e registrados no Crea responsáveis pelo equipamento.

O incidente

O estudante de canto popular da Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames) Arthur Siqueira de Carvalho, 21 anos, passou um grande susto na noite de terça-feira (13), no Edifício Março, Centro de Vitória, onde acontecem aulas da Fames. Por pouco ele e outros colegas não se machucaram.

“O elevador começou a subir rapidamente, de portas abertas, e só parou quando bateu no teto do prédio, no 10º andar! Foi muito rápido e tudo de portas abertas! Fiquei em pânico, paralisado. Tinha certeza que iria morrer!”, descreveu.

Arthur usava o elevador com mais três colegas para descer do quarto andar até a saída do prédio. Ao chegar ao térreo, os estudantes foram saindo e quando terceiro deixou o equipamento o mesmo subiu em disparada, sem controle e de portas abertas!

“Fiquei em pânico, pensando que o elevador iria despencar de volta para o térreo! Por pouco não aconteceu uma tragédia! Foi um milagre não ter me machucado, mas estou apavorado até agora, com medo de entrar em elevadores, contou o estudante.

Fames diz que elevador é responsabilidade do condomínio

O Conexão Justiça entrou em contato com a Fames, que enviou uma nota dando explicações sobre o caso. Segundo a faculdade, o elevador é de responsabilidade do condomínio.

VEJA A NOTA DA FAMES:
“A manutenção e conservação do elevador são de responsabilidade exclusiva da administração do condomínio do edifício Março. No entanto, a Fames verifica rotineiramente a manutenção e vistoria, que se encontram regularizados.

A Fames acompanha o caso e aguarda a conclusão do laudo e o restabelecimento do funcionamento do elevador com garantias de segurança.

Por hora, toda a comunidade acadêmica já foi orientada pelo uso das escadas e algumas aulas foram remanejadas para o prédio da Fames, atendendo aos alunos e professores que necessitam de maior acessibilidade.

O quarto andar do edifício, de uso da Fames, foi totalmente reformado e não oferece riscos à segurança.

Quanto à Avenida Princesa Isabel, que conta com faixas de travessia utilizadas por todos os cidadãos, não está na esfera de alcance da instituição. Não obstante, a Fames já protocolou ofício junto à Prefeitura de Vitória solicitando melhorias”.

Condomínio do Edifício Março averigua o que aconteceu com o elevador

O Conexão Justiça entrou em contato com a administração do condomínio, que enviou a seguinte nota:

“O condomínio tem contrato com uma empresa que faz a manutenção corretiva e preventiva dos elevadores. No momento, o equipamento está passando por uma inspeção para identificar a causa do ocorrido. Assim que tivermos todos os dados levantados, será emitido um laudo com as possíveis causas.”

Marcelle Altoé

Formada em Jornalismo pela UFES, em Direito pela Faculdade Estácio de Sá de Vitória e possui títulos de pós-graduação em Direito Civil/Processo Civil e em Ciências Penais/Segurança Pública. Com quase 20 anos de experiência em telejornalismo, conquistou vários prêmios, inclusive nacionais. É idealizadora/autora do CONEXÃO JUSTIÇA, projeto pioneiro que leva informação jurídica de forma clara, objetiva e acessível ao cidadão.

Formada em Jornalismo pela UFES, em Direito pela Faculdade Estácio de Sá de Vitória e possui títulos de pós-graduação em Direito Civil/Processo Civil e em Ciências Penais/Segurança Pública. Com quase 20 anos de experiência em telejornalismo, conquistou vários prêmios, inclusive nacionais. É idealizadora/autora do CONEXÃO JUSTIÇA, projeto pioneiro que leva informação jurídica de forma clara, objetiva e acessível ao cidadão.